por Wellington Fagundes*
O esforço pela ampliação dos trilhos da Ferrovia ‘Senador Vicente Vuolo’ até Cuiabá representa a primeira etapa de um planejamento estratégico completo, que visa um salto fenomenal de Mato Grosso para um novo ciclo econômico. Representará estímulos essenciais à industrialização e abertura de novas oportunidades, fundamentalmente com geração de emprego a partir de novos empreendimentos, desenvolvendo a região Centro-Oeste como um todo.
A integração e o fortalecimento de Mato Grosso como grande produtor de commodities agrícola passam, necessariamente, pelo transporte intermodal que teria Cuiabá como principal polo de articulação. Portanto, a ferrovia colocará Mato Grosso no caminho da implantação de novos modais de transporte, integrados e capazes de escoar uma produção que bate recordes todos os anos.
Sabidamente é urgente necessidade, já que somente as rodovias não comportam mais o aumento da produção, mesmo com todo esforço empreendido pela duplicação da BR-163, considerada a espinha dorsal do transporte de cargas em Mato Grosso. Intermodalidade significa aliviar, literalmente, a carga que passa sobre as rodovias, além de diminuir expressivos custos de frete.
Nosso total envolvimento nesta causa se materializou no parecer favorável da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) à construção do trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, além viabilidade econômica ter sido confirmada pela Rumo (empresa que hoje detém a concessão da ferrovia de Rondonópolis a Santos – SP).
Segundo dados da própria empresa, as cargas dirigidas para a Grande Cuiabá, para consumo e redistribuição regional, giram em torno de 20 milhões de toneladas/ano, número suficiente para justificar um terminal de cargas na capital do Estado.
Recorro ainda a um dado que pode ilustrar bem o que representa a ferrovia até Cuiabá. O terminal intermodal da Ferrovia Vicente Vuolo, em Rondonópolis, é o maior da América do Sul. Ele ocupa 385 hectares localizados a 23 quilômetros do centro da cidade, às margens da BR-163 (principal eixo de escoamento da safra agrícola de Mato Grosso). A boa notícia anunciada: esse terminal vai ser ampliado.
A operadora logística Rumo apresentou um crescimento de 12,9% no volume de produtos agrícolas transportados por ferrovia entre Rondonópolis e o Porto de Santos no primeiro trimestre deste ano. Mais de 5 milhões de toneladas foram movimentadas, tendo destaque a soja, com 3,7 milhões de toneladas deste montante. A empresa anunciou investimentos de R$ 206 milhões, em uma expansão que prevê ganhos de 75 mil toneladas na capacidade de armazenagem, o que representa um aumento de 150%.
Só nesse trabalho de ampliação são mais de 200 empregos diretos e indiretos a serem gerados – razão maior, neste momento, de nosso empenho.
Portanto, temos, juntos, a oportunidade de transformar Mato Grosso, mesmo em um momento de amplas dificuldades econômicas e políticas, em uma potência ainda maior. Basta que trilhemos na mesma direção!
*Wellington Fagundes é senador de Mato Grosso pelo PL e presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi).
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