por Laura Oliveira Gonçalves*
Lá se foram 11 meses, e eis que chega o mês de dezembro trazendo as festas de fim de ano e inúmeras confraternizações que acabam por aflorar sentimentos que buscamos camuflar ao longo dos meses. Dezembro é um daqueles meses que não passam despercebidos, afinal é quando o espírito da solidariedade e do amor torna tudo ainda mais intenso, e acaba por nos tocar de diversas e significativas formas.
Seja de maneira positiva ou negativa, dezembro mexe com todos nós... Festas, férias escolares, fechamento de ciclos e todo estresse típico deste último mês do ano. É neste período que aumentam o número de busca por apoio junto ao Centro de Valorização a Vida (CVV), e também que a solidão, ou a “bad”, acaba ficando mais intensa, visto que algumas pessoas se sentem pressionadas e “obrigadas” externar a felicidade frente à comunidade.
Pode parecer tão bobo e insignificante, mas para muitas pessoas não compartilhar desta felicidade é doloroso e mostra que algo esta errado, mesmo que no fundo não seja verdade, afinal a felicidade é diferente para cada ser humano.
A sensação pode ser associada há uma linda casa, que preparamos para receber convidados, mas que se não estiver totalmente em ordem, como sonhamos ou imaginamos, não estará perfeita aos olhos dos demais. Não existe um motivo específico para que essa preocupação venha à tona, mas sim a junção de vários motivos, e podemos salientar inclusive o não cumprimento das metas estabelecidas no mesmo ciclo anterior como um estopim para aflorar a melancolia. Entre estas metas podem estar pontos almejados, como o tão esperado relacionamento, as mudanças (de emprego, casa, carro,) e tantas outras particulares e que só nós definimos como especiais.
Para um grande número de pessoas este mês é um período de muita tristeza, e também de estresse, característicos do corre-corre de fim de ano. É válido analisar as fontes tanto do estresse como da tristeza, que podem ser provenientes de fatores internos (personalidade e como lidamos com as exigências e sentimentos) e externos (situações que não dependem de nós mesmos como perdas, doenças, problemas profissionais ou financeiros).
Vale ressaltar que o estresse é uma doença que sinaliza que algo não está bem, e que não estamos conseguindo lidar de maneira adequada com as adversidades que surgem em nossas vidas. Por isso é bom estar atento aos sinais que evidenciam que o estresse está alto, e desencadeando inclusive sensações e sintomas, dentre eles: irritação, tristeza, taquicardia, cansaço extremo, dores de cabeça contínua, sudorese aguda, mudança de humor constante, falta ou aumento de apetite e oscilação de pressão.
O período é importante para análise e reflexão sobre o real significado do período para a vida como um todo. Promovendo uma desaceleração, tranquilidade e paz, para que seja possível visualizar de forma plena e positiva tudo que passou, e aproveitando de maneira total este período de festas e reencontros.
É o período ideal para se blindar e não deixar que nada atrapalhe seus novos objetivos, afinal vem um novo recomeço por aí... Aproveite e estabeleça metas alcançáveis, revise e mude, se assim achar necessário ao longo do próximo ano... Mas não espere que elas se cumpram sozinhas.
O fim do ano borbulha em todas as sensações diferentes, se as suas não foram tão positivas busque relembrar vitórias alcançadas e pontos promissores, se mesmo assim a "bad" continuar a te rondar, é hora de buscar ajuda profissional para mudar esta situação...
O trabalho conjunto ente paciente e psicólogo é fundamental para mudanças de paradigmas, pois existem medos e bloqueios que só podem ser mudados com auxílio deste profissional...
Pode ser que este novo começo, estas novas possibilidades esteja mais próximo do que vc espera, janeiro está bem aí, e junto com o novo e importante mês separe um tempo e vem para o divã.
Feliz Ano Novo e 2018 seja o seu ano!
Dra Laura Oliveira Gonçalves (CRP/MT 18/2109), psicóloga atua na Abordagem Sistêmica (Terapeuta para casais, crianças, família, adolescentes). Especialista em Avaliação Psicológica e Especialista em Psicologia do Trânsito.
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