O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) apresentou parecer favorável ao arresto de bens do médico Bruno Gemilaki Dal Poz e de sua mãe, a pecuarista Inês Gemilaki, acusados de envolvimento no duplo homicídio de dois idosos e na tentativa de homicídio contra um padre em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá. O pedido tem como objetivo assegurar a futura reparação de danos às vítimas e familiares.
Os crimes ocorreram em 21 de abril deste ano, quando Pilson Pereira da Silva, 80 anos, e Rui Luiz Bogo, 68 anos, foram mortos em uma residência no bairro Alvorada. Além disso, o padre José Roberto Domingos foi gravemente ferido na ação. O MPE denunciou os acusados por homicídio qualificado, apontando motivo fútil e o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
O MPE fixou valores mínimos para reparação dos danos, solicitando R$ 1 milhão em favor da família de Pilson Pereira da Silva, R$ 700 mil para os familiares de Rui Luiz Bogo e R$ 150 mil para cada uma das vítimas sobreviventes, incluindo o padre José Roberto Domingos. Os valores visam compensar os danos materiais e morais sofridos pelas vítimas e seus familiares.
No parecer, o procurador de Justiça Gill Rosa Fechtner destacou que há indícios de negociações envolvendo bens dos acusados, como uma propriedade rural e gado, o que reforça a necessidade de medidas assecuratórias. "O arresto dos bens é essencial para evitar a dilapidação patrimonial e assegurar os direitos das vítimas a uma futura indenização", justificou.
Os requisitos legais para o arresto foram considerados presentes, incluindo a materialidade dos crimes, os indícios de autoria e o risco iminente de prejuízo às vítimas. O MPE esclareceu que o arresto não se trata de confisco, mas de uma medida preventiva que torna os bens temporariamente indisponíveis até que sejam definidos os desdobramentos judiciais.
O bloqueio patrimonial é solicitado em consonância com o Código de Processo Penal e o Código Penal, que preveem medidas para garantir que as vítimas sejam indenizadas. Caso aceito pelo Judiciário, o arresto dos bens permitirá que esses valores sejam destinados à reparação civil das famílias afetadas.
O processo ainda aguarda decisão judicial.
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