A ciclista Letícia Besse, compartilhou um relato sobre um episódio de assédio que sofreu enquanto pedalava pelas ruas de Petrópolis, Rio de Janeiro, na última sexta-feira (21.06). Visivelmente abalada, Letícia, que é veterinária, gravou um vídeo descrevendo o medo e a angústia vividos durante a abordagem de um motoqueiro.
Em seu relato, Letícia explicou que estava a apenas 5 km de sua casa quando um homem em uma moto começou a segui-la, diminuindo a velocidade para acompanhá-la de perto. "Ele ficou me olhando, diminuiu a velocidade e eu, eu segui. E aí, a hora que eu olho ele voltou. Ai gente, eu nunca tive tanto medo", desabafou. O motoqueiro parou ao lado dela, tentou iniciar uma conversa e, ao não obter resposta, a insultou.
Letícia relatou que, temendo pela sua segurança, começou a filmar a situação com seu celular. Ao perceber que estava sendo gravado, o agressor foi embora, mas o incidente deixou a ciclista profundamente perturbada. "Gente, é muito ruim isso. Que merda!", expressou no vídeo.
O vídeo postado no Instagram já acumula mais de um milhão de visualizações. Na legenda, ela descreveu a rotina desafiadora de conciliar os treinos de mountain bike com as responsabilidades de mãe, veterinária e dona de casa. "Em menos de 15 dias passei por dois episódios de assédio. Em um deles, o motoqueiro passou a mão na minha bunda. No de hoje, também um motoqueiro, não houve toque, mas dessa vez senti um medo que foi além do que já havia passado", escreveu.
Letícia ressaltou o impacto psicológico do assédio, explicando como o medo constante transforma a experiência de pedalar em algo que gera ansiedade e apreensão. "Cada vez que isso acontece seja comigo ou uma amiga, colega, conhecida, o nosso medo vai aumentando. Só de escutar uma moto/carro passando por nós devagar, gera uma angústia e impotência", compartilhou.
A ciclista fez um apelo por mais respeito e apoio às mulheres que enfrentam situações semelhantes, destacando a tristeza de ter que adaptar seus horários e buscar companhia masculina para se sentir segura ao praticar um esporte que deveria ser sinônimo de prazer e liberdade. "Espero que esse relato sirva de apoio para todas as mulheres que já passaram por isso, e que mesmo com medo, não deixem de fazer o que gostam", concluiu.
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