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Variedades Sexta-feira, 12 de Maio de 2023, 11:08 - A | A

Sexta-feira, 12 de Maio de 2023, 11h:08 - A | A

termo ilusório

Post sobre "demissão saudável" com cesta de presente viraliza no LinkedIn

Profissional em carreiras explica como empresas podem ajudar ex-funcionários após encerramento do vínculo

Época NEGÓCIOS/ Camila Pergentino

Nos últimos dias, um post no LinkedIn viralizou após uma pessoa divulgar uma foto com uma cesta de doces e um balão presenteados a um funcionário no momento em que havia sido demitido. A descrição da foto dizia que aquela se tratava de uma “demissão saudável”.

 

Reprodução

 

Em resposta, diversos usuários relataram desconforto ao ver a situação, levantando o questionamento sobre se é possível promover uma demissão menos traumática.

"Se você quer mesmo ajudar alguém que foi demitido, estende o plano de saúde. Paga salário a mais. Indica pra outra empresa. Chocolate, biscoito e outros petiscos só alimentam seu próprio ego, camarada", escreveu Bruno Lacerda.

"Demissão saudável não existe. Na maioria das vezes a justificativa é corte de custos. Balões, chocolates e cartinha de agradecimento não amenizam o impacto do desemprego. O processo de desligamento pode ser no máximo ético, mas saudável não", escreveu Juliana Asperti.

"Uma demissão saudável é ilusória demais”, na opinião de Carolina Martins, especialista em recursos humanos com 2,3 milhões de seguidores no LinkedIn, em entrevista a Época NEGÓCIOS. “Dar uma cesta de doces na demissão não é o problema, mas, sim, quando ela só vem com esse presente, como se a pessoa tivesse sido premiada. Isso faz com que a pessoa não saiba como reagir”, afirma.

“Não existe demissão saudável. Saudável é manter o emprego. A gente consegue humanizar o processo de demissão? Conseguimos, mas não é com cesta de chocolate”, afirma a especialista.

Como ter uma demissão humanizada

Segundo Carolina, se as empresas querem fazer uma demissão humanizada, devem ter empatia com o ex-funcionário e apoiá-lo a se recolocar o quanto antes no mercado de trabalho. “Uma carta de recomendação escrita pelo gestor direto ressaltando pontos importantes do perfil técnico e comportamental do profissional, falando sobre entregas e resultados, é algo que facilita demais na recolocação”, exemplifica.

Carolina diz que é preciso que a empresa tenha profissionais de recursos humanos que saibam conduzir bem o desligamento. Para diminuir o impacto, a empresa pode fornecer uma assessoria de capacitação ao funcionário desligado, sobre reinserção no mercado de trabalho, ensinando a potencializar as informações de um currículo e como se portar em uma entrevista para um novo emprego, por exemplo.

Além disso, o empregador pode estender o plano de saúde, pois esta é uma das maiores preocupações entre os funcionários, principalmente quando o profissional tem dependentes na família.

Também é preciso avisar com antecedência, pois, desta forma, o profissional terá tempo para se organizar. A especialista estimula o feedback construído pelo gestor durante o desligamento, para o funcionário ter clareza dos seus pontos positivos, negativos, entregas e principais resultados. Todas essas medidas contribuem para uma boa imagem da empresa no mercado de trabalho, além de ajudar o profissional.

O que a empresa ganha com isso?

Conforme dados da Glassdor, site de avaliação de empresas, a forma como os funcionários foram tratados durante a saída é um fator decisivo para 65% dos profissionais quando avaliam uma empresa. “Se você teve um processo de demissão ruim, por mais que a sua estadia na empresa tenha sido boa, isso contribui muito para que você seja um detrator da companhia”, diz ela.

Processos de demissão bem conduzidos também ajudam a empresa a trabalhar o Employer Branding. A prática pode gerar um “marketing espontâneo por meio da experiência positiva”, pois terá mais chances de o profissional falar bem da companhia aos seus contatos.

Carolina diz que promover esse tipo de demissão também cria um bom relacionamento com os colaboradores que permanecem na empresa, ao se sentirem mais confortáveis caso este momento chegue para eles um dia. “Encerrar bem essa jornada potencializa muito a marca empregadora”, explica.

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