Estados Unidos, A Beautiful, Terrible Thing (algo como "Maravilhosa Coisa Terrível"). O título dá uma ideia de como esse episódio marcou a vida dela e o que ela fez para recomeçar depois das revelações. "Acabou com a minha vida naquela época, mas estou aqui, renovada, para superar", diz.
Ela revelou sua história ao jornal New York Post, reproduzida em tabloides europeus. Jen conta como desmascarou o marido infiel e o que aconteceu depois da descoberta. Ela estava em casa, semanas após dar à lua a Louisa, de cama. Com o bebê no colo, abriu o laptop para checar os e-mails. Como ela e o marido tinham sido sócios em um restaurante, Jen entrou na conta dele. "Queria ver se chegaram mensagens sobre dívidas", conta.
Então, Jen deu de cara com um e-mail endereçado a Marco. O remetente era uma mulher, chamada Viktorja. Jen abriu e leu algo como "estou com minha namorada de férias, sem tempo pra falar com você". A esposa não entendeu: "Por que ele está me chamando de namorada? Nós nos casamos há dois anos...".
Ela conheceram Marco, um imigrante argentino, em 2010. Os dois trabalhamos no Queens, bairro em Nova York. Ela tinha, na época, 25 anos, e ele, 32. O argentino já tinha um filho de outro relacionamento, Seb, então com 7 anos, que vivia com ele. — Ele tinha um olhar intenso. Ficava me observando de um jeito que nunca tinha visto.
— Ele era muito galanteador. Disse, na noite do nosso primeiro beijo, que "achava que nunca seria feliz de novo com uma mulher". É que ele era separado, e vinha de uma relação conturbada.
Começaram a namorar e, dois anos depois, no Natal de 2012, chegou a pedir a mão dela em casamento diante dos pais de Jen. Trocaram alianças em fevereiro do ano seguinte, no civil. Marco, que estava com situação ilegal nos Estados Unidos, regularizou seu status de imigrante no país.
Em maio de 2013, os dois e outro casal abriram um restaurante no Queens. Jen deu a soma maior no investimento feito: ela raspou suas economias e ainda conseguiu uma grana com os pais. Investiu o equivalente a R$ 330 mil. Em poucos meses, ela e Marco brigaram com os sócios, e acabaram fechando o restaurante.
Os dois tiveram de arranjar emprego. Marco virou gerente de um restaurante. E Jen também conseguiu uma vaga num pub. Em junho de 2014, os dois decidiram fazer uma cerimônia na casa dos pais de Jen para oficializar o casamento. Na época, ela achava estranho que, já grávida de Louisa, o marido tinha o hábito de atender o telefone distante dela. Dizia que era para resolver problemas n o restaurante.
No final de 2014, nasceu a filha do casal. Logo após ela sair do hospital Marco convenceu Jen a passar uns dias com os pais dela, no interior. "Ele achava que Nova York era muito barulhenta", lembra. "Disse que era melhor para o bebê. E falou 'Gostaria de ir, mas meu chefe não me deixa tirara folga'".
Foi então que, na volta da viagem, ela leu o tal-e-mail para uma mulher de nome Viktorja. "Como eu e Marco compartilhamos senhas, achei facilmente Viktorja entre os amigos dele. Viu a foto de uma moça bonita, uma europeia de 22 anos, estudantde de Psicologia. Ligou para Marco, que estava no trabalho. — Eu estava sofrendo. Saquei que ele tinha alguma coisa com essa mulher. Ele negou. Disse que jamais me trairia. Fiquei impressionada com a calma dele. Afirmou que Viktorja era uma colega de trabalho e que ele a estava ajudando, já que era uma imigrante e procurava apartamentos.
Mas, uma fora depois, já em casa, Marco confessou, sem remorso: um ano antes, estava "perdido" e "fez a besteira de sair com Viktorja". E continuou saindo com ela, chocando Jen. Os dois brigaram, mas decidiram continuar juntos. Só que Jen descobriu mais, dias depois: leu outros e-mails comprometedores. Em um deles, endereçado à amante, ele dizia que tinha medo de perder a filha, Louisa, mas não "ficaria abalado se ficasse sem a esposa".
- Brigamos. Ele chegou a dizer que eu estava com depressão pós-parto e paranoica. E, dias depois, um fui ao restaurante dele, no horário de trabalho, e o vi saindo com uma loira bonita, que reconheci na hora como sendo Viktorja. Estava andando de mãos dadas com ela, em direção a um bar. Saí dali e fui para a casa de meus pais no Maine [estado no nordeste dos EUA).
Jen descobriu, quando voltou para casa, vendo os registros de uma conta telefônica, que Marco ligara e conversara com Viktorja no dia em que ela estava na sala do parto, tendo a filha do casal. Marco passou 45 minutos, naquele dia, com a amante ao telefone. Descobriu, também pelo Facebook, que ele estava frequentando o apartamento da "outra". Foi a gota d´água para Jen. Resolveu, enfim, se separar do argentino, apesar dele negar tudo.
Ela ficou com depressão e disse ter levado um bom tempo para se recuperar e assimilar o que tinha acontecido. — Descobri que meu marido tinha vida dupla bem na época em que minha filha nasceu.
Decidiu escrever o livro para tentar "alertar outras mulheres sobre mentiras e dissimulações de pessoas próximas". E também para tentar voltar à vida normal. "Escrever foi um desabafo", conta. "Ainda me sinto mal em tornar tudo isso público".
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