Um dos artistas mais completos e originais da história da música popular do Brasil, o cantor, compositor, músico e produtor cearense Raimundo Fagner Cândido Lopes celebra 40 anos de carreira com um pé no seu passado de glória e outro no futuro. Após preparar seu 37º álbum, Pássaros Urbanos, o cantor está em turnê nacional com show inédito. No dia 9 de agosto, Fagner apresenta em Cuiabá seus sucessos, num show que promete ser memorável, no Ginásio do Colégio Salesiano São Gonçalo. A produção local leva a assinatura de Mario Zeferino Entertainment, numa produção cuidadosamente elaborada, característica da marca MZ.
No roteiro as músicas e os passos mais decisivos dessas quatro décadas de consagração popular. Além de incluir os maiores hits do artista, o show promove o reencontro de Fagner com o violonista e guitarrista cearense Manassés de Souza, músico de sonoridade singular que contribuiu para cristalizar o som marcante de discos gravados por Fagner nos anos 70 e 80. No palco, Cristiano Pinho (guitarra), Marcus Vinnie (teclados), Michel Higor (teclados e acordeom), André Carneiro (baixo) e Rick de la Torre (bateria) se juntam a Manassés Souza (violões, guitarra e viola) neste espetáculo que vai reiterar o caráter sofisticado e ao mesmo tempo popular do cancioneiro gravado por Fagner ao longo desses 40 anos.
O roteiro vai ser até certo ponto flexível, já que Fagner fará no show um bloco de voz & violão que lhe possibilitará improvisar músicas e atender alguns pedidos do público. Mas os grandes hits nem precisarão ser pedidos, pois já estão garantidos no show. É certo que a plateia vai fazer coro com Fagner em sucessos como Canteiros (Fagner sobre poema de Cecília Meireles, 1973), Revelação (Clésio e Clodô, 1978), Fanatismo (Fagner sobre poema de Flobela Espanca, 1981), Dezembros (Fagner, Zeca Baleiro e Fausto Nilo, 2003), Noturno (Graco e Caio Sílvio, 1979), Eternas ondas (Zé Ramalho, 1980), Cartaz (Francisco Casaverde e Fausto Nilo, 1984), Me leve (Cantiga para não morrer) (Fagner e Ferreira Gullar, 1984) e Borbulhas de amor (Tenho um coração) (Juan Luis Guerra em versão em português de Ferreira Gullar, 1991), entre outros hits entremeados no roteiro com algumas novidades. Música inédita na voz de Fagner, Aonde Deus possa me ouvir (Vander Lee, 2002) é uma dessas novidades incluídas no roteiro. Um noite inesquecível!
Artista - Cearense nascido em Fortaleza (CE), mas registrado em Orós (CE), Fagner se deslocou em 1971, vindo de Brasília (DF) para o efervescente eixo Rio-São Paulo. Uma vez no Rio, Fagner – que debutara no mercado fonográfico em 1971 com compacto simples dividido com o artista Wilson Cirino – despertou de imediato as atenções de duas cantoras com faro aguçado para detectar compositores talentosos ainda pouco ouvidos: Elis Regina (1945 – 1982) e Nara Leão (1942 – 1989).
Sem rótulos ou fronteiras estéticas, Fagner soube de imediato reprocessar os sons e as tradições musicais da Nação Nordestina – presidida por Luiz Gonzaga (1912 – 1989) – com uma linguagem pop que explicitava influências de Beatles e Jovem Guarda.
Com seus olhos de farol, Elis logo focou Mucuripe, lançada em show (É Elis) e disco (Elis) de 1972. Nara daria voz e prestígio a músicas deFagner como convidada do álbum Manera fru fru, manera. Marco da MPB, este disco apresentou ao Brasil a voz rascante de Fagner, cantor dono de um timbre único.
De lá para cá, Fagner gravou 37 álbuns e vendeu mais de 20 milhões de discos. A importância dessa discografia é traduzida mais pelos nomes envolvidos na ficha técnica do que pelos números superlativos. Basta dizer que dois desses 36 álbuns foram gravados, divididos e assinados por Fagner com ninguém menos do que Luiz Gonzaga, tendo sido o primeiro feito por iniciativa do Rei do Baião. Um artista por inteiro, de alma e coração.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).