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Variedades Sexta-feira, 21 de Agosto de 2015, 08:23 - A | A

Sexta-feira, 21 de Agosto de 2015, 08h:23 - A | A

Campanha tenta arrecadar R$ 1 milhão para transplante de jovem nos EUA

Mulher vive ligada a uma máquina, que oferece os nutrientes que seu intestino não absorve

Se fosse possível estipular um preço para ver os filhos crescerem, para continuar vivo, qual seria? Para a atendente de telemarketing Flávia Costa, de 26 anos, esse valor é bem preciso: um milhão de dólares. Esse é o custo total do tratamento de que ela precisa, que envolve transplante total de intestino, estômago, esôfago e pâncreas. A cirurgia será feita em Miami, nos Estados Unidos. Mas apenas se ela - que mora em Maricá, na Região Metropolitana do Rio - conseguir juntar esse dinheiro todo. Por isso, a campanha não para.

— A gente pede na internet, faz bazar, gincana. Mas é um valor muito alto. Como é a única solução, estou confiante de que vou conseguir — diz Flávia, com lucidez, apesar das cinco doses diárias de morfina.

Mas a luta não é apenas pelo dinheiro. É também contra o relógio, uma vez que, no melhor prognóstico, ela pode viver mais dois anos da maneira que está: presa a uma máquina que injeta nas veias e artérias os nutrientes que o seu intestino não é capaz de absorver:

— Como apenas para sentir o gosto, para ter esse momento com a família. Não precisaria. A máquina me nutre, mas me impede de viver de verdade. Eu sobrevivo, apenas. Peso 34 quilos. Essa aparência é inchaço.

Mãe de duas meninas, de 7 e 5 anos, Flávia começou a ter problemas de saúde aos 15. Com síndrome da pseudo obstrução intestinal, ela tirou, ao longo dos anos, em nove cirurgias, quase todo o instestino. A segunda operação foi feita menos de dois meses após a primeira. Até 2009 ela conseguia trabalhar, mas a doença avançou e, há um ano e meio, a prendeu definitivamente à máquina.

— Eu luto pelas minhas filhas, para que elas tenham mãe. Não consigo cuidar delas como deveria, mas faço questão dos momentos — afirma Flávia, obrigada a dividir com a sogra os cuidados com elas.

País ainda engatinha

No Brasil, a técnica de transplante multivisceral ainda é experimental. Nenhum dos dez pacientes que se submeteram ao tratamento, em São Paulo, sobreviveu.

O Ministério da Saúde anunciou, em maio, uma cooperação com a Argentina para treinamento de brasileiros nesta intervenção.

— O transplante é o melhor caminho para ela, dada a gravidade do caso. O organismo é incapaz de absorver nutrientes. Pela experiência brasileira, infelizmente, uma operação dessas no Brasil é fadada ao insucesso — avalia o médico Luiz Armando, que a acompanha no Brasil.

Enquanto uma solução não chega, a campanha segue também pela internet, no site www.salveflaviacosta.com.br.

COMO DOAR

Banco do Brasil
Flávia Santana Costa
CPF: 123.365.377-61
Agência: 2280-2
Poupança: 41322-4
Variação: 51
Caixa Econômica
Flávia Santana Costa
CPF: 123.365.377-61
Agência: 4724
Poupança: 2398-0
OP: 013

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