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Política Quarta-feira, 16 de Agosto de 2023, 17:20 - A | A

Quarta-feira, 16 de Agosto de 2023, 17h:20 - A | A

feminicídio

Senadora critica falta de pena de morte no Brasil como no caso da morte da advogada de VG

A senadora disse que o assassino [ex-policial] da advogada responderá pelo crime dentro da lei

Gislaine Morais/VGN

A senadora Margareth Buzetti (PSD), na tribuna do Senado Federal nessa terça-feira (15.08), revoltada com a morte brutal da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, na madrugada do último domingo (13), em Cuiabá, criticou o fato de não existir no Brasil pena de morte e prisão perpétua para assassinos que estupram crianças e mulheres e depois as matam.

Magareth citou que na Constituição veda esse tipo de punição, e mencionou o caso bárbaro, onde o ex-policial, Almir Monteiro dos Reis, espancou e asfixiou Cristiane até a morte.

Segundo Buzetti, o assassino [Almir] de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, mas todos sabem que em oito anos ele estará na rua. “Para Cristiane, esse homem foi a polícia, acusação e juiz, ele condenou Cristiane à morte. E aí, meus amigos senadores a pena de morte existe, sim, no Brasil”, declarou Buzetti.

Margareth ainda na tribuna, questiona qual crime Cristiane cometeu, lembrando que a advogada era uma pessoa boa, que trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência que ficavam em juízo e na Casa Lar em Cuiabá, e nos últimos tempos se dedicava a ajudar na formação jurídica por meio de cursos para novos empreendedores que queriam abrir seu primeiro negócio.

“Foi esse o crime de Cristiane? Dar carinho e atenção às crianças e adolescentes órfãos de Cuiabá? Ou foi o crime de ser solidária?”.

A senadora ainda recordou que Cristiane perdeu o marido em 2021, após ser infectada pela Covid-19, e criou sozinha e nunca deixou que faltasse nada nesses últimos anos para as filhas Alana e Agatá de 20 e 14 anos. “O crime dela terá sido ser forte, depois de precisar se despedir do marido, vítima de Covid-19? Viúva, Cristiane não baixou a cabeça e seguiu trabalhando para que nada faltasse às suas filhas. E como explicar para essas jovens meninas que a justiça no Brasil? Que crime a mãe delas cometeu para pagar com a própria vida?”, descreve Buzetti.

Margareth disse que quando conversa com as pessoas em Mato Grosso, ela escuta um coro para que haja no Brasil a pena de morte e prisão perpétua para esses assassinos, estupradores de crianças e mulheres seguidos de morte. Mas segundo ela, todos sabem que a Constituição veda esse tipo de punição, por isso o assassino de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, reforçando que em oito anos ele estará na rua. 

"Já mobilizei minha equipe para fazer um amplo levantamento das leis em andamento para aumentarmos o rigor da punição para esses assassinos. Se o Brasil ainda bate ano a ano recordes de feminicídio, algo precisa ser feito, e o Senado não pode se omitir", concluiu a senadora Margareth Buzetti.

Depoimento na íntegra:

Que crime cometeu Cristiane?

Há mais de 8 anos, Cristiane trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência que ficavam em juízo e na Casa lar, em Cuiabá. Foi esse o crime de Cristiane? Dar carinho e atenção às crianças e adolescentes órfãos de Cuiabá?

Há poucos meses ela dedicava a vida a ajudar na formação jurídica por meio de cursos para novos empreendedores que queriam abrir seu primeiro negócio. Foi esse o crime de Cristiane? Ser solidária?

Ou o crime dela terá sido ser forte, depois de precisar se despedir do marido, vítima de Covid-19 em 2021? Viúva, Cristiane não baixou a cabeça e seguiu trabalhando para que nada faltasse às suas filhas, hoje com 20 e 14 anos. Alana e Agatá que hoje são órfãs. Como explicar para essas jovens meninas que a justiça no Brasil? Que crime a mãe delas cometeu para pagar com a própria vida?

Quando converso com as pessoas em Mato Grosso escuto um coro para que haja no Brasil a pena de morte e prisão perpétua para esses assassinos, estupradores de crianças e mulheres seguidos de morte.

Sabemos que a Constituição veda esse tipo de punição, por isso o assassino de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, mas a gente sabe que em oito anos ele estará na rua.

Para Cristiane, esse homem foi a polícia, acusação e juiz. Condenou Cristiane à morte. E aí, meus amigos senadores a pena de morte existe, sim, no Brasil.

 

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