A senadora Margareth Buzetti (PSD), na tribuna do Senado Federal nessa terça-feira (15.08), revoltada com a morte brutal da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, na madrugada do último domingo (13), em Cuiabá, criticou o fato de não existir no Brasil pena de morte e prisão perpétua para assassinos que estupram crianças e mulheres e depois as matam.
Magareth citou que na Constituição veda esse tipo de punição, e mencionou o caso bárbaro, onde o ex-policial, Almir Monteiro dos Reis, espancou e asfixiou Cristiane até a morte.
Segundo Buzetti, o assassino [Almir] de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, mas todos sabem que em oito anos ele estará na rua. “Para Cristiane, esse homem foi a polícia, acusação e juiz, ele condenou Cristiane à morte. E aí, meus amigos senadores a pena de morte existe, sim, no Brasil”, declarou Buzetti.
Margareth ainda na tribuna, questiona qual crime Cristiane cometeu, lembrando que a advogada era uma pessoa boa, que trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência que ficavam em juízo e na Casa Lar em Cuiabá, e nos últimos tempos se dedicava a ajudar na formação jurídica por meio de cursos para novos empreendedores que queriam abrir seu primeiro negócio.
“Foi esse o crime de Cristiane? Dar carinho e atenção às crianças e adolescentes órfãos de Cuiabá? Ou foi o crime de ser solidária?”.
A senadora ainda recordou que Cristiane perdeu o marido em 2021, após ser infectada pela Covid-19, e criou sozinha e nunca deixou que faltasse nada nesses últimos anos para as filhas Alana e Agatá de 20 e 14 anos. “O crime dela terá sido ser forte, depois de precisar se despedir do marido, vítima de Covid-19? Viúva, Cristiane não baixou a cabeça e seguiu trabalhando para que nada faltasse às suas filhas. E como explicar para essas jovens meninas que a justiça no Brasil? Que crime a mãe delas cometeu para pagar com a própria vida?”, descreve Buzetti.
Margareth disse que quando conversa com as pessoas em Mato Grosso, ela escuta um coro para que haja no Brasil a pena de morte e prisão perpétua para esses assassinos, estupradores de crianças e mulheres seguidos de morte. Mas segundo ela, todos sabem que a Constituição veda esse tipo de punição, por isso o assassino de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, reforçando que em oito anos ele estará na rua.
"Já mobilizei minha equipe para fazer um amplo levantamento das leis em andamento para aumentarmos o rigor da punição para esses assassinos. Se o Brasil ainda bate ano a ano recordes de feminicídio, algo precisa ser feito, e o Senado não pode se omitir", concluiu a senadora Margareth Buzetti.
Depoimento na íntegra:
Que crime cometeu Cristiane?
Há mais de 8 anos, Cristiane trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência que ficavam em juízo e na Casa lar, em Cuiabá. Foi esse o crime de Cristiane? Dar carinho e atenção às crianças e adolescentes órfãos de Cuiabá?
Há poucos meses ela dedicava a vida a ajudar na formação jurídica por meio de cursos para novos empreendedores que queriam abrir seu primeiro negócio. Foi esse o crime de Cristiane? Ser solidária?
Ou o crime dela terá sido ser forte, depois de precisar se despedir do marido, vítima de Covid-19 em 2021? Viúva, Cristiane não baixou a cabeça e seguiu trabalhando para que nada faltasse às suas filhas, hoje com 20 e 14 anos. Alana e Agatá que hoje são órfãs. Como explicar para essas jovens meninas que a justiça no Brasil? Que crime a mãe delas cometeu para pagar com a própria vida?
Quando converso com as pessoas em Mato Grosso escuto um coro para que haja no Brasil a pena de morte e prisão perpétua para esses assassinos, estupradores de crianças e mulheres seguidos de morte.
Sabemos que a Constituição veda esse tipo de punição, por isso o assassino de Cristiane responderá pelo crime dentro da lei e poderá receber a pena máxima de 30 anos, mas a gente sabe que em oito anos ele estará na rua.
Para Cristiane, esse homem foi a polícia, acusação e juiz. Condenou Cristiane à morte. E aí, meus amigos senadores a pena de morte existe, sim, no Brasil.
Ocupei a tribuna do Senado revoltada com a notícia da morte de Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, em Cuiabá. Uma profissional brilhante, guerreira, e que criava duas filhas sozinha depois de perder o marido para a Covid-19. pic.twitter.com/2yr8WJxfh8
— Margareth Buzetti (@margabuzetti) August 16, 2023
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