Após reunião em seu gabinete no Senado, nesta segunda-feira (02.03), com caminhoneiros e empresários do setor, o senador Blairo Maggi articulou audiência com o ministro de Transportes, Miguel Rossetto, a fim protocolar a pauta da categoria que, segundo eles, é condicionante para o fim do movimento de paralisação em alguns Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
“Nenhum dos Estados em paralisação esteve aqui representado nas negociações da semana passada, então, é por isso que nós vemos que não tiveram efeito. Não porque a proposta não seria interessante para o setor, mas, porque aquilo não nos dava nenhuma garantia. Nós paramos como caminhoneiros, e não motivados por sindicatos e associações. O setor inteiro do transporte está em decadência há um longo período e chegou no fundo do poço. Agora redigimos um documento, incluindo algumas pautas, e o ministro (Secretaria Geral da Presidência) Miguel Rossetto assinou a nossa ata de reivindicações. Por isso, esses dois estados (MT e MS) estão prontos para liberar os bloqueios e iniciarem as atividades amanhã”, disse o empresário representando a classe, Gilson Baitaca.
Segundo Gilson, constam nos itens a tabela de preços mínimos, diferenciais; o prolongamento da dívida dos Finames, dos contratos já firmados; a sanção integral da lei dos caminhoneiros que regulamenta a profissão, sem vetos; redução de 5% do PIS/COFINS do óleo diesel; a ‘liberação’ das multas aplicadas aos representantes do movimento de paralisação, entre outras questões.
O senador Blairo Maggi, que desde a semana passada tem acompanhado a categoria e esteve reunido com o setor em Rondonópolis (região Sul de Mato Grosso), disse que já foi criada uma Comissão no Senado para seguir o assunto.
“Temos uma Comissão interna que estará acompanhando o desenrolar de todas essas questões, temos a missão de unificar esse discurso para buscar o consenso junto ao Governo, até porque, esse movimento está muito fracionado, as pautas são muito diferentes. Digo isso tanto em nível de cargas diferentes, quanto em categorias de trabalhadores dentro do transporte. Então, teremos que ter a paciência para ouvir a cada um. Para chegarmos a um preço mínimo de frete, por exemplo, devemos analisar o grau de dificuldade de cada um.
Rodada de Negociações - Acontecerá no próximo dia 10 de março, em Brasília, uma reunião entre ministros e lideranças representativas de todo o Brasil. O encontro será no ministério dos Transportes, e contará com a presença do presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O primeiro item da pauta é a elaboração de uma tabela referencial para o preço do frete, acordada entre empresários e trabalhadores autônomos. A regulamentação da Lei do Motorista deve ser outro ponto alto do encontro.
Reivindicações - Durante a audiência com o ministro Miguel Rossetto, foram tratados assuntos com maior dificuldade de consenso. “Tivemos grande dificuldade em localizar lideranças representativas. É preciso que vocês se organizem. Quanto à redução do PIS/COFINS em 5%, não é pouca coisa no diesel, achamos importante, mas, não temos condições por conta da política de ajuste fiscal do Governo. Isso para mim não resolve o valor do preço do frete. Não podemos trabalhar com essa possibilidade. O que podemos e vamos fazer é garantir que nos próximos seis meses não terá ajuste do diesel”, disse o ministro.
Sobre a tabela mínima de frete, Rossetto foi taxativo. “Vamos construir uma tabela mínima referencial. Diferente da tabela que estipula preço mínimo. Não sabemos ainda se será por região, tipo de carga, etc. O que quero dizer é que estamos dispostos a mediar isso como nossa primeira pauta para uma reunião que deve acontecer no próximo dia 10”, disse.
Um novo encontro do grupo com o senador Blairo Maggi e o ministro deve acontecer na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto.
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