O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa, deputado Carlos Avallone (PSDB), em entrevista à imprensa nessa semana, prestou contas sobre a atuação dos trabalhos da CPI, que apura possíveis irregularidades e práticas abusivas contra os consumidores de energia elétrica em Mato Grosso.
“Essa CPI precisa trazer informações importantes, como: porque a tarifa de energia em Mato Grosso é tão cara, porque os reajustes daqui estão acima da região Sul e Sudeste, Norte ou Nordeste. Ela precisa dar uma resposta para sociedade sobre demissão de muitos funcionários, que diminuiu a capacidade no atendimento, e sobre a empresa manter uma central longe daqui, no Nordeste. Tudo isso está sendo avaliado para que possamos apresentar um relatório, que seja consistente, para que os órgãos competentes possam fazer as devidas avaliações”, declarou Avallone.
O deputado destacou que a CPI já realizou várias oitivas, entre elas, foram ouvidas o Procon, o Sindicato dos funcionários da Energisa e a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT).
Segundo Avallone, o próximo passo será convocar o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável por explicar o motivo do alto custo da energia no Estado e em seguida, convocar o presidente da Energisa de Mato Grosso.
“Falta fazer pelo menos duas convocações: uma convocação do presidente da Aneel, e porque o presidente da Aneel antes do presidente da Energisa, que também será convocado, porque o presidente da Aneel é um órgão regulador. Ele é quem define o aumento nas contas apresentadas, ou pela Energisa, ou pelos cálculos apresentados com envolvimento do Governo Federal. Já temos mais de 50 perguntas para o presidente da Aneel e depois ”, pontuou.
Avallone ressaltou que as convocações devem ocorrer antes do dia 8 de abril, data prevista para o anúncio de um novo aumento. Segundo ele, há seis meses vem requerendo uma reunião com a Comissão, para aprovar a convocação de ambos. Para ele, não faz diferença uma oitiva presencial ou remota.
“É importante para Mato Grosso fazer essas audiências antes do dia 8, porque dia 8 é o anúncio de um novo aumento. Imagina a CPI não fazer essa reunião antes e não dar essa resposta à sociedade”, finalizou.
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POLÊMICA - A prestação de contas do deputado foi após o colega de parlamento, deputado Elizeu Nascimento, que preside a CPI da Energisa, insinuar que Avallone, como relator, estaria fazendo 'lobby' ao pedir apoio da Energisa, para doação de 100 cilindros de oxigênio ao Governo do Estado.
“Gente me desculpe, é uma falta de consideração dele comigo. Eu sou relator também da CPI dos Combustíveis e eu não poderei pedir ajuda ao Aldo Locatelli? Eu não posso chegar aos grupos que trabalham com soja, porque sou vice-presidente da CPI dos incentivos fiscais? Qual empresário que não tem incentivos fiscais neste Estado? Dos grandes empresários que podem ajudar, eu não posso pedir porque vou ficar sob suspeita? Suspeita de que?, de pedir oxigênio para salvar vidas? Se alguém tiver dúvidas sobre minha idoneidade que faça uma denúncia formal sobre isso”, desafiou.
O fato também foi questionado pelo deputado Faissal Calil (PV), que afirmou nas redes sociais que o tucano não estava fazendo seu trabalho. A situação gerou atrito durante a última sessão. Como resposta, Avallone entregou uns sete volumes de processo contendo todo trabalho da CPI.
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