O doleiro Alberto Youssef assinou nesta quarta-feira (24) em Curitiba um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em troca de redução da pena de prisão.
Youssef foi preso em março durante a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Nesta quarta, Youssef passou o dia na sede do Ministério Público Federal em Curitiba, onde firmou o acordo e já prestou o primeiro depoimento.
O acordo de delação premiada será homologado pela Justiça se, depois da fase dos depoimentos, ficar comprovada a veracidade das informações que Youssef fornecer. O acordo foi assinado um dia após a defesa revelar que o doleiro tinha essa pretensão.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos defensores de Youssef, disse na terça-feira que decidiu deixar o caso depois de ter sido informado por intermediários do doleiro de que o cliente estava decidido a fazer acordo de delação premiada. O advogado não concorda com a estratégia.
Kakay ingressou na semana passada com um pedido de habeas corpus em favor de Youssef no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O objetivo do advogado era anular todas as provas da Operação Lava Jato, que, para ele, são ilegais. Além disso, considera "parcial" o juiz do caso, Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná.
Paulo Roberto Costa
Outro dos presos na operação Lava Jato Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, também fez um acordo de delação premiada. No fim de agosto, ele começou a prestar depoimentos diários (que se encerrraram há uma semana), com base em um acordo de delação premiada, a policiais federais e procuradores da República.
Nesses depoimentos, já teria delatado senadores, deputados, governadores e um ministro, supostos beneficiários de recebimento de propina de um esquema de corrupção na empresa. Costa teria intermediado contratos da estatal com empresas de fachada de Youssef.
Ele também revelou nos depoimentos, segundo informou o Jornal Nacional, que recebeu R$ 1,5 milhão de propina de um esquema de corrupção relacionado à compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos EUA.
A primeira fase dos depoimentos de Costa a policiais federais e procuradores com base em um acordo de delação premiada terminou há duas semanas. Paulo Roberto Costa decidiu colaborar com as investigações na expectativa de obter redução da pena.
No último dia 17, convocado pela CPI da Petrobras, ele compareceu para depor no Congresso Nacional, mas se recusou a responder às perguntas dos parlamentares.
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