A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane dos Santos Arruda, acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), os ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf (Casa Civl), Marcel de Cursi (Fazenda) e outras 14 pessoas pelo suposto desvio de mais de R$ 15 milhões do Estado por meio de uma desapropriação de área em Cuiabá.
As acusações contra os ex-gestores estão ligadas à 4ª fase da Operação Sodoma, deflagrada em 26 de setembro, referente ao pagamento de R$ 31,7 milhões à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, ocorrido em 2014, pelo governo do Estado pela desapropriação do bairro Jardim Liberdade. Porém, de acordo com o MP, a área já pertencia ao Estado não sendo necessário o pagamento de nenhum para apropriação do espaço.
Além de Silval, Nadal e Cursi passam a ser réus no processo Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), Antônio Rodrigues Carvalho (proprietário do imóvel), o advogado Levi Machado, o empresário Valdir Piran.
Constam ainda Karla Cecilia de Oliveira Cintra (assessora da Fecomércio), José de Jesus Nunes Cordeiro (ex-secretário adjunto de Administração), Sílvio Cezar Corrêa Araujo (ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa), Pedro Elias Domingos de Mello (ex-secretário de Administração), Rodrigo da Cunha Barbosa (filho do ex-governador Silval Barbosa), Cesar Zilio (ex-secretário de administração), Alan Ayoub Malouf (empresário) e João Justino Paes de Barros (ex-presidente da Metamat).
Sodoma 4 - A 4ª fase da Operação Sodoma foi deflagrada em 26 de setembro para cumprimento de mandados de prisão preventiva, buscas e apreensão e conduções coercitivas, contra membros de uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.
A Operação tinha como objetivo apurar desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa (PMDB), durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.
A polícia cumpriu mandados de prisão contra Silval, Marcel de Cursi, o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho e o empresário Valdir Piran.
Para prestarem interrogatórios foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, Ademir Beraldi, Eliane Maria da Silva, Catarino José da Silva Neto, Alan Malouf e Jair Santana, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.
As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso. Deste valor desviado R$ 10 milhões foram repassados a Silval e o restante dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel de Cursi (Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (Planejamento), Afonso Dalberto (Intermat) e o procurador aposentado Chico Lima.
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