O Governo Federal e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, terão que prestar explicações na Câmara dos Deputados sobre a liberação de verbas para a escola de samba Vai-Vai, do Grupo Especial de São Paulo, que desfilou no carnaval com pessoas fantasiadas de policiais usando chifres e asas vermelho-alaranjadas, fazendo alusão a demônios. A informação foi divulgada pelo deputado federal, Coronel Assis (União).
No último sábado (10), a escola de samba levou ao Sambódromo do Anhembi um enredo em homenagem aos 40 anos da cultura hip-hop no Brasil, sendo que uma das alas era composta por pessoas fantasiadas de policiais do Batalhão de Choque. As alegorias provocaram protestos da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, a chamada “bancada da bala”, e de entidades de delegados.
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Na manhã desta quinta (15), Coronel Assis afirmou que escola de samba “desvirtuou o carnaval” com as alegorias ao “demonizar” homens e mulheres que “lutam pela sociedade”.
Segundo ele, a Vai-Vai recebeu recursos “gordo da Lei Rouanet” para poder “bancar” o desfile, por isso seria “obrigação” do Governo prestar esclarecimentos sobre a liberação da verba junto à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.
Além disso, o parlamentar revelou que os membros da comissão devem intimar o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também a prestar esclarecimentos pelo fato dele ter desfilado pela escola de samba. Almeida desfilou em um carro alegórico com uma versão da estátua do bandeirante Borba Gato pichada.
“Nós da Comissão de Segurança Pública iremos intimar o ministro que desfilar na escola e também o Governo Federal para prestar esclarecimentos. O dinheiro público não pode ser tratado desta forma não!”, destacou Assis.
Os requerimentos com as solicitações de explicações e da possível convocação do Silvio Almeida devem ser apresentados nos próximos dias na comissão. Importante destacar que em nota divulgada na segunda (12), a Vai-Vai declarou que não teve a intenção de promover "qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação". "É de conhecimento público que os precursores do movimento hip-hop eram marginalizados, sofrendo repressão e sendo presos, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado. O que a escola fez foi inserir os acontecimentos históricos no contexto em que eles ocorreram."
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