O relatório paralelo da deputada Luciane Bezerra (PSB) da Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga o rombo no MT Saúde, provocou discussões nesta quarta-feira (10.07) na sessão plenária da Assembleia Legislativa.
No plenário, Bezerra rebateu as críticas dos deputados Emanuel Pinheiro (PR) e Walter Rabelo (PSD), que na semana passada disseram que a parlamentar fez o voto paralelo sem informar aos deputados que compõem a CPI do MT Saúde. “O meu relatório foi baseado de forma técnica e ética”, disse a parlamentar.
Segundo ela, o relatório foi baseado em documentos apresentados pelo Tribunal de Contas (TCE), pelos técnicos do TCE e das ações do Ministério Público Estadual (MP). De acordo com a parlamentar, os responsáveis pelos os documentos são servidores compromissados com a verdade e não almejam interesses próprios no processo.
Luciane garantiu que todas as 18 pessoas apontadas por ela como responsáveis pela “falência” do MT Saúde e pelo rombo de mais de R$ 21 milhões, entre eles, os ex-secretários de Saúde, Cezar Zilio e Yuri Bastos -, eram de conhecimento dos demais membros da CPI. A socialista disse ainda, que em nenhum momento acusou as 18 pessoas de serem os responsáveis pela “falência” do sistema e muito menos pediu a prisão deles.
“Não estou condenando ninguém, estou fazendo a minha obrigação que é apontar os indiciados. Não pedi a prisão de ninguém. É o Ministério Público que pode pedir a prisão dos indiciados”, declarou a deputada.
Ela ainda criticou o pedido do deputado e relator da CPI do MT Saúde, Emanuel Pinheiro, que na última semana disse que encaminharia o relatório paralelo de Luciane para a Delegacia Fazendária e para o Ministério Público. “Estamos admitindo que não cumprimos com a missão, que era apurar os envolvidos pelo rombo no MT Saúde, e vamos demorar mais sete meses para continuar a investigar o esquema”, finalizou Luciane.
Os deputados Emanuel e Walter, rebateram as declarações da parlamentar. “Não houve interesse nenhum para proteger nem A nem B nessa CPI”, disse Walter e ainda, acusou que a parlamentar tinha conhecimento dos 18 nomes, mas em nenhum momento apresentou aos demais membros da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Já Emanuel voltou a garantir que caso a CPI do MT Saúde aceitasse o relatório da deputada, sem ouvir os envolvidos, todo o trabalho da CPI poderia futuramente ser cancelado na justiça. Ele disse ainda, que pediu para que o relatório da parlamentar ser encaminhado para a Delegacia Fazendária e para o Ministério Público, na intenção de sanar todas as dúvidas de Luciane, apontados em seu relatório.
Luciane x Riva - Luciane Bezerra (PSB) também protagonizou um “bate boca” com o deputado José Riva (PSD). O desentendimento iniciou quando a deputada usou a tribuna da Assembleia para defender os seus filhos, que são servidores da Secretaria municipal de Saúde de Cuiabá. Eles foram acusados pelo vereador Ricardo Saad (PSDB) de serem servidores fantasmas.
“O vereador Ricardo Saad acusa meus filhos de serem fantasmas. Eu como mãe me sinto magoada, chateada pela acusação, mas não posso usar a força que tenho como parlamentar para atacar o vereador. Sei que ele apenas está fazendo seu trabalho que é denunciar”, disse a deputada.
Em resposta, Riva usou a tribuna para “alfinetar” Bezerra, e disse que acha estranho que enquanto médicos vão á Assembleia para protestar por melhores salários, sendo que recebem em torno de R$ 2 mil, os filhos de Luciane, que não são formados na área da saúde, são contratados para trabalhar cinco horas por dia na Secretaria de Saúde de Cuiabá com salários de R$ 5 mil. E ainda disse, que se fosse os filhos dele sairia até no Jornal Nacional.
Além disso, Riva lembrou o caso de Juara – em que o ex-prefeito de Juara, Oscar Bezerra, marido de Luciane, agrediu o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Riva afirmou que essa não foi a primeira vez que Oscar Bezerra agride pessoas no Município.
“Não é só o deputado Dilmar que o ex-prefeito agrediu. Oscar já agrediu um funcionário da Prefeitura, um vereador, um médico e outras pessoas. Sobre aquela vontade de me agredir, que ele afirmou durante discurso no domingo (7), quando seu candidato venceu, só posso dizer que moro em Juara há 35 anos”, disparou Riva.
Em resposta ao social-democrata, Luciane afirmou que os atos de Oscar não têm nada a ver com ela. “Oscar Bezerra tem um CPF, eu tenho outro. Se ele comete um ato impensado, ele responde por isso. Houve um desentendimento em Juara e eu espero que isso não respingue em mim. Não tem bandido, nem mocinho, são dois adultos. E Oscar vai responder pelo que fez”, afirmou à socialista.
Riva rebateu: “Deputada, vamos colocar os pingos nos is. Não podem falar uma vírgula de vocês, que vocês se ofendem. Eu fui agredido a campanha inteira e não reagi. Se quiserem respeito, tem que se darem respeito. E eu vou cobrar isso”.
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