A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados avalia interferência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no andamento de uma investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em matéria divulgada pelo jornal O Globo, revelou que um funcionário da Abin teria sido escalado para levantar informações sobre Renan, sob apuração de um inquérito da Polícia Federal. O objetivo era prevenir "riscos à imagem" do chefe do Executivo Federal. A operação da Abin aconteceu quatro dias após o filho de Bolsonaro e seu personal trainer Allan Lucena se tornarem alvos de uma investigação policial, no dia 16 de março do ano passado.
Jair Renan e Allan Lucena são suspeitos de abrir as portas do Governo para um empresário interessado em receber recursos públicos. Na época, Lucena acreditou que estava sendo perseguido por um veículo e acionou a Polícia Militar. Quando abordado, o suspeito se identificou como Luiz Felipe Barros Felix, agente da Polícia Federal cedido para o órgão de inteligência.
Nesta terça-feira (22.11) a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle havia marcado audiência para ouvir o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, sobre o fato, porém, a mesma foi cancelada em decorrência de problemas de saúde do militar.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP), que havia solicitado a audiência, alegou que a Polícia Federal afirmou em um relatório que a Abin atrapalhou o andamento de uma investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro.
"Integrante do órgão, flagrado numa operação, admitiu em depoimento que recebeu a missão de levantar informações de um episódio relacionado a Jair Renan, sob apuração de um inquérito da PF. Segundo o espião, o objetivo era prevenir 'riscos à imagem' do chefe do Poder Executivo", observou o deputado.
A Comissão ainda não marcou nova data para ouvir o ministro.
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