por Lucione Nazareth/VG Notícias
O vereador Pery Taborelli (PV) e a secretária e primeira-dama do município, Jaqueline Beber Guimarães, “bateram boca” nesta segunda-feira (03.06), durante a audiência pública para prestar contas das atividades desempenhadas na Secretaria Municipal de Saúde neste primeiro quadrimestre de 2013.
A desavença iniciou após Taborelli pedir a palavra para fazer alguns questionamentos referentes à pasta, porém, a secretária negou a fala e disse que a audiência não era para se fazer questionamentos - apenas acompanhar trabalho desenvolvido durante os quatro primeiros meses na Secretaria, de acordo com o artigo 36 da Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012.
A discussão ficou acalorada entre Jaqueline e Taborelli, depois que o parlamentar declarou que a mesma teria pedido para que ele se calasse. “Não pedi para o senhor calar a boca vereador”, defendeu-se a secretária. “Pediu sim secretária e eu não vou me calar”, rebateu o vereador.
Taborelli usou a tribuna e argumentou que a primeira-dama apresentou o relatório apontando apenas números – e que o povo não entenderia – além de ter sido entregue atrasado - e que provavelmente, um dos motivos teria sido uma viagem a passeio que Jaqueline realizou por 10 dias no mês de maio, conforme publicado no VG Notícias.
“A senhora deveria ter apresentado este relatório antes, não no mês de junho. Mas a senhora viajou a passeio e por isso não veio aqui antes apresentar este relatório”, disparou Taborelli.
Em sua defesa, Jaqueline argumentou que por lei, ela tinha até o dia 31 de maio para apresentar o relatório, mas que por conta do feriado de Corpus Christi, na última quinta-feira (30.05), não pode realizar a audiência.
Ainda no calor da discussão, o parlamentar cobrou explicações da secretária referente à abertura de sindicância na pasta – processo administrativo para investigar falhas na Saúde -, números de óbitos no município e sobre a contratação do presidente do Conselho de Saúde do município, Geovane Renfro, que ocupa o cargo de assessor de gestão da Saúde.
Sobre a sindicância, Jaqueline disse que não realizou nenhuma - porque até agora não houve denúncia o qual justificava a abertura de uma. Referente a número de óbitos foi relatado que houve 280 mortes na cidade, mas que o mesmo dado não se refere a um padrão específico, podendo ser mortes em acidentes de trânsito, sobre decorrência de violência e até mesmo mortes por causa naturais.
Já em relação ao presidente do Conselho de Saúde do município, Geovane Renfro, a secretária garantiu que a nomeação dele não tem caráter político e que o mesmo está ligado dentro da área técnica da pasta, focado em projetos da Secretaria que envolve o Governo Estadual e Federal. Ainda segundo ela, os projetos são fiscalizados pelo Conselho Municipal de Saúde, do qual Renfro é presidente.
É importante destacar que em uma audiência pública não existem regras ou manuais para conduzir a mesma. Ela é convocada pelos gestores para que toda sociedade possa dar suas opiniões, e ouvir as respostas de pessoas públicas, como neste caso a secretária Jaqueline.
Sobre a audiência pública – Na audiência pública foi apresentado que Várzea Grande recebeu investimentos na ordem de R$ 11 milhões do Governo Federal e mais de R$ 6 milhões do Governo do Estado para a área da Saúde, nestes primeiros quatro meses do ano, tendo uma receita de R$ 27 milhões.
Referente à despesa, a Secretaria gastou mais de R$ 21 milhões, sendo que deste valor R$ 13 milhões foram pagos com recursos próprios da Prefeitura.
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