Na tarde deste sábado (10.06), os plantonistas da Delegacia de Violência Doméstica e Sexual em Cuiabá foram abalados por uma história que despertou indignação e revolta. O Conselho Tutelar, que acompanhou o caso, também ficou profundamente perturbado com os eventos perturbadores que se desdobraram. (Ouça áudio no final da matéria).
Tudo começou quando a corajosa adolescente, 15 anos, entrou em contato com sua mãe, C.M.G., para compartilhar uma gravação devastadora. O áudio, cujos detalhes são arrepiantes, revela um ato cruel de tortura infligido pelo próprio pai à filha, com palavras de baixo calão e agressões físicas.
A mãe, tomada pela dor e pela necessidade de proteger sua filha, prontamente buscou ajuda no plantão da Delegacia, acompanhada pelo Conselho Tutelar. Ela relatou que sua filha, menor de idade, havia sido agredida pelo pai, o assistente administrativo do Poder Judiciário de Mato Grosso, T.A.N.O., 43 anos, na noite anterior, no bairro Dom Aquino, na Capital.
O boletim de ocorrência, ao qual o teve acesso com exclusividade, revela que a mãe viveu durante 15 anos com o servidor público, mas estão separados há três anos e meio. No entanto, na noite de ontem (09), a filha ligou para ela, buscando refúgio em sua casa e mostrou os áudios chocantes. As gravações revelaram o pai, em meio a gritos de ódio, forçando a filha a se ajoelhar enquanto a agredia fisicamente, puxando seus cabelos e lançando palavras de desprezo como "praga", "desgraçada" e "vagabunda" entre outras ofensas como “é sapatão que fica pintando cabelo, olha direito se não dou um tapa na sua cara ...”
Enquanto a violência física ocorria, as ofensas não cessavam, com o pai proferindo palavras humilhantes como "puta", "vagabunda" e "demônio", além de ameaçá-la com a frase aterrorizante: "se você não cuidar dos seus irmãos, eu vou dar um soco e quebrar o seu pescoço".
A mãe, corajosa em seu testemunho, revelou que tinha ciência de que o ex-marido agredia a filha, mas não tinha plena noção da gravidade dos fatos. Ela descreveu o ex-marido como alguém sempre agressivo, tanto verbal quanto fisicamente, o que levou ao fim do relacionamento.
A mulher também acusou o ex-marido de praticar alienação parental, manipulando as adolescentes o tempo todo. Segundo seu relato, as jovens são obrigadas pelo pai a cuidar de duas crianças gêmeas, fruto de outro relacionamento, uma vez que a mãe dos bebês saiu de casa há três meses.
Uma das filhas, ao chegar à delegacia, recusou-se a denunciar o pai e retornou com ele para casa, evidenciando um ciclo vicioso do abuso e o medo que essas vítimas enfrentam. No entanto, a adolescente de 15 anos, agredida e moralmente ofendida, negou-se a voltar para a casa do pai, temendo novas agressões físicas.
A Polícia investiga as acusações para garantir a segurança das vítimas. É imprescindível que casos como este sejam tratados com a máxima seriedade, oferecendo apoio e proteção a todas as vítimas de abuso.
Essa história angustiante serve como um lembrete crucial de que é fundamental denunciar qualquer forma de abuso doméstico, mesmo quando enfrentando dificuldades e incertezas.
Outro lado - A reportagem tentou contato com o pai, suspeito de agressão, porém, sem êxito. Mas o espaço permanece aberto para manifestação.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).