A Polícia Federal (PF) suspeita que o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, esteja envolvido em um esquema de desvio de dinheiro proveniente de contratos com suspeita de fraude em hospitais públicos do Estado. Gilberto foi citado em relatórios da Polícia Federal no âmbito da Operação Panaceia, deflagrada pela PF no dia 6 de dezembro.
De acordo com documentos obtidos pela reportagem do , operações financeiras realizadas por Figueiredo com suspeitas de lavagem de dinheiro ocorreram entre 16 de março de 2021 e 10 de outubro de 2023. O processo sobre o caso está sob segredo de Justiça.
A PF cita uma operação de Cédula de crédito bancário – CAIXA HOSPITAIS, NO VALOR DE R$ 15.000.000,00, no qual o Gilberto foi o outorgante e a Caixa econômica é a titular da comunicação.
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A PF também cita outras transações, em que Gilberto enviou R$ 50 mil para o seu filho, Renato Giacomini Figueiredo, e recebendo R$ 99 mil. Os valores, segundo o relatório policial, são incompatíveis com a capacidade financeira do secretário.
"A informação se deu, pois, a movimentação é incompatível com a capacidade financeira do titular da conta, podendo a conta estar sendo utilizada em benefício de terceiros ou para movimentar recursos oriundos de negócios alheios", diz trecho do relatório.
Na outra transação, Gilberto recebe mais valores do filho, totalizando R$ 73.220,10. Na última transferência, o secretário recebe R$ 157.500,00 também de seu filho. Dessa vez, o filho do secretário também recebe valores em espécie de terceiros.
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"Além do fato, de ter feito pagamento de títulos em nome de seu pai. Suspeita-se de utilização da conta pessoal para trânsito de recursos de suas empresas, podendo constituir tentativa de burla fiscal. Não foi identificado fundamentos legais nem econômicos que justifiquem as movimentações observadas, que se apresenta muito acima da renda cadastrada", declarou.
Ao todo, Renato enviou R$ 329.730,00 para o seu pai dentro do período de 19/08/2021 a 10/10/2023. Além do seu pai como destinatário, a polícia também identifica outras pessoas que chamam a atenção nas operações. Entre elas, representantes de uma escola particular.
Além disso, a PF aponta uma série de movimentações envolvendo pessoas possivelmente próximas a Gilberto, que trabalharam na Secretaria de Educação. O documento cita também a movimentação em dinheiro da filha do secretário, que teria enviado R$280.000 e recebido R$ 128.000.
Outro lado
Por meio de nota, o secretário afirmou que tomou conhecimento pela imprensa sobre o inquérito e que está à disposição das autoridades para esclarecer o assunto.
O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo informa que tomou conhecimento pela imprensa sobre um inquérito aberto para investigar transações financeiras supostamente ilegais entre ele e o filho. Sobre esse fato esclarece que:
Coloca-se à disposição das autoridades para demonstrar que todas as transações realizadas no âmbito familiar ocorreram de acordo com a legislação vigente e serão esclarecidas.
Ficamos à disposição. Atenciosamente,
Ana Lazarini
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