A recente apreensão de entorpecentes pela Delegacia de Polícia de Pedra Preta (a 238 km ao sul de Cuiabá), revela a grave falta de segurança no sistema prisional de Mato Grosso. Esse episódio expôs a intensa rixa entre facções criminosas pela disputa do controle do tráfico ilícito de drogas na região.
Durante as investigações, que resultaram na apreensão de 280 tabletes de maconha, em uma propriedade rural no município de Pedra Preta, ficou evidente o confronto entre as facções criminosas.
Segundo depoimento de um investigador da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC), que o teve acesso, a guerra entre os grupos teve início após membros do Comando Vermelho de Rondonópolis roubarem um veículo de carga, que supostamente transportava uma grande quantidade de entorpecentes pertencentes ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção originada no Estado de São Paulo.
O depoimento de um motorista revelou que a carga de entorpecentes pertencia ao PCC e que, após o roubo, ele teria sido morto pelos criminosos do Comando Vermelho. A droga foi então escondida em uma fazenda, de acordo com as informações, e supostamente pertencia a um suspeito conhecido pelo apelido de "Nil" ou Nedenir, preso no Presídio Mata Grande, assim como outro indivíduo conhecido como "TK", também chamado de "Téo ou Théo".
Os tabletes de maconha, objetos de disputa entre as facções, eram guardados por um casal na referida fazenda. A denúncia apurada pelo investigador indicou que o casal era responsável por armazenar a droga. Durante uma abordagem, a polícia encontrou os tabletes de entorpecente na residência dos suspeitos. A sobrinha de Nedenir, suspeita de guardar a droga, confirmou o envolvimento de seu tio, conhecido como Nil, nessa atividade criminosa.
Conforme o depoimento registrado, o suspeito identificado como Vilton afirmou à equipe policial, que pessoas chegaram à fazenda e pediram para que ele guardasse a droga, em troca de uma quantia em dinheiro. O suspeito admitiu que a droga já estava escondida em sua residência há algum tempo. Parte da droga já havia sido fracionada em porções menores e armazenada na casa, enquanto o restante estava escondido em uma caixa de água, a cerca de 20 metros de distância.
O próprio suspeito levou a equipe policial até o local onde a maior quantidade de entorpecentes estava guardada. O casal, que trabalhava como caseiros na fazenda, foi autuado em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Essa apreensão de drogas e o envolvimento de facções criminosas em disputas territoriais e pelo controle do tráfico demonstram a alarmante falta de segurança no sistema prisional de Mato Grosso.
A ocorrência desses eventos ilícitos dentro e fora das prisões ressaltam a necessidade urgente de medidas efetivas para combater o poder das facções e garantir a segurança da população.
É preciso investir em estratégias de prevenção, inteligência e combate ao crime organizado, a fim de enfrentar esse cenário preocupante e proporcionar um ambiente mais seguro para todos.
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