A Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso teve acesso aos dados dos celulares dos jornalistas Enock Cavalcanti e Alexandre Aprá, que publicaram denúncias contra o governo Mauro Mendes (União). Esse acesso ocorreu após a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) abrir inquérito contra os profissionais da imprensa a mando do governador.
Em documento obtido pelo site Conexão MT e confirmado pela reportagem do , a delegada Juliana Chiquito Palhares determinou o arquivamento do inquérito, após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as decisões que determinaram o cumprimento de mandado de busca e apreensão contra os dois jornalistas, classificando-as como inconstitucionais e arbitrárias.
No despacho datado de 16 de abril, a delegada admite que os dados foram extraídos dos aparelhos na Diretoria de Inteligência, e não foram analisados. “Os materiais destinados à Diretoria de Inteligência (aparelhos de telefone celular) foram submetidos à ferramenta forense de extração de dados e restituídos também com observância das regras de cadeia de custódia. Antes de qualquer ordem exarada para análise do material extraído, já sobreveio determinação judicial para restituir todo o material apreendido aos investigados, o que foi realizado de forma imediata”, diz Palhares no relatório.
A delegada concluiu que não existem elementos para o indiciamento formal dos jornalistas e encaminhou o relatório para análise do Ministério Público. "Diante do produzido nestes autos, para o momento, a convicção desta Delegada de Polícia é pela insuficiência de elementos que subsidiem o formal indiciamento dos investigados pelos crimes ora mencionados", diz trecho do despacho.
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