A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito nesta semana para investigar se a modelo Evora Ingrid Brenha de Andrade, de 22 anos, que morreu na madrugada do último domingo (4) após uma queda do 13º andar do prédio onde morava com o namorado no Centro da capital, se suicidou ou foi assassinada. A hipótese de ela ter caído acidentalmente também é apurada.
Em entrevista nesta sexta-feira (9) ao G1, o delegado Wilson Roberto Zampieri, responsável pelo 77º Distrito Policial, que investiga o caso, afirmou que o namorado da modelo morta, o estudante para piloto de aviação Daniel Quadri de Oliveira Freitas, 24 anos, será ouvido na próxima semana para prestar esclarecimentos.
“Só ele [Daniel] e a namorada [Evora] estavam dentro do apartamento no momento que ela caiu”, disse o delegado Zampieri. “Inicialmente ele contou aos policiais que atenderam o caso que ela havia se jogado da janela, mas isso terá de ser apurado.”
O caso da modelo foi registrado como "morte suspeita" no plantão do 2º DP, Bom Retiro, segundo o delegado. Depois, o boletim de ocorrência seguiu para o 77º DP, área dos fatos, que abriu inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Evora.
“Está sendo apurado se a moça se suicidou, se foi morta ou ainda se caiu acidentalmente. Não descartamos nada ainda”, disse Zampieri. “Além do depoimento do namorado, a investigação também vai precisar do laudo do local, que está sendo feito por peritos da Polícia Técnico-Científica”.
Segundo policiais, um advogado de Daniel teria dito que Evora já chegou a ameaçar cortar os pulsos.
Apesar de querer falar com Daniel sobre a morte de Evora, o delegado reforçou que ele será ouvido inicialmente na condição de testemunha. “Ele poderá contar com detalhes o que ocorreu no domingo passado”. Daniel chegou a ser ouvido no hospital, onde ele foi sedado depois da queda da modelo.
Para o G1, uma amiga de Evora negou que ela já tenha tentado se matar antes. “Ela teve depressão e chegou a tomar remédios, mas estava livre disso há algum tempo”, falou a amiga, que não pediu para não divulgar seu nome. “Ela jamais falou em se suicidar”.
De acordo com essa amiga, outros amigos e a família de Evora querem que a polícia investigue o que realmente aconteceu no apartamento para que a modelo caísse do prédio Paradise, na Rua Marques de Itu, na República.
O G1 não conseguiu falar com o namorado da modelo ou com seu advogado sobre o assunto. Procurada pela equipe de reportagem, a irmã dele, que aceitou falar sob a condição de que seu nome não fosse divulgado, alegou que o irmão não poderia conversar com a imprensa porque ainda está abalado.
“Ele [Daniel] não pode falar porque continua em choque com o que ocorreu”, disse a irmã. “Imagine você ver alguém se matar na sua frente”. De acordo com a irmã de Daniel, a família do estudante de pilotagem já tinha informações de que Evora havia tentado suicídio outras vezes.
Boletim de ocorrência
Segundo Zampieri, no registro policial feito no 2º DP, consta que o casal havia ido à boate Madame Satã, na Bela Vista, na noite de sábado (3). Depois, seguiu para o apartamento onde moravam.
Daniel relatou à polícia que quando chegaram em casa, ela o unhou e o mordeu e ameaçava se jogar. Após ele se desvencilhar dela, ela se jogou e ele desceu até o térreo onde a encontrou morta.
“Foi relatado que ele estava chorando muito, mas ela já estava morta", disse o delegado.
“Uma testemunha contou que ouviu um barulho forte e foi ver o que era e notou o corpo da modelo estava no hall do prédio. “Que ela morreu após cair isso é fato”, completou.
Segundo a Polícia Militar informou no boletim de ocorrência, testemunhas disseram que Evora se jogou do prédio após discutir com o namorado. De acordo com as testemunhas ouvidas pela polícia, elas relatavam que eram comuns brigas entre o casal.
De acordo com a amiga de Evora que falou ao G1, vizinhos do apartamento do casal teriam ouvido discussões antes da queda.
O caso foi registrado como morte suspeita e foram pedidos perícia de local, exame microscópico e de corpo de delito do namorado, incluindo exames toxicológicos.
O G1 não conseguiu localizar os vizinhos e nem familiares de Evora para tratar do caso. Os parentes dela moram em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde a modelo nasceu. O corpo dela foi enterrado num cemitério no estado fluminense.
Evora trabalhava como modelo, mas também dava aulas de inglês empresarial em São Paulo. Além da capital paulista, chegou a morar na China, onde realizou trabalhos de desfiles e foi fotografada para editoriais de moda para diversas revistas.
Nas suas páginas pessoais no Facebook e Instagram, a modelo havia publicado fotos e mensagens com desejos para este ano. "Conheci o amor da minha vida , me tornei uma pessoa melhor, me perdoei de errar , fui a China , conheci pessoas incriveis, me aproximei de pessoas maravilhosas , me aproximei da minha mãe..minha família , me afastei dos que nao eram amigos. e para 2014 eu desejo muito amor e muita felicidade para meus amigos e todo o sucesso do mundo e para a minha listinha negra .. what goes around come back around ladies. // lets do it better loveeers :)!", escreveu Evora.
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