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Polícia Sexta-feira, 24 de Maio de 2013, 11:38 - A | A

Sexta-feira, 24 de Maio de 2013, 11h:38 - A | A

Polícia apura indícios de tortura de detentos em cadeia de cidade de MT

Delegado disse que presos estavam feridos em cela de isolamento.

do G1 MT

Indícios de tortura contra presos da cadeia pública de Campo Novo do Parecis, a 397 quilômetros de Cuiabá, estão sendo investigados pela Polícia Civil do município. O delegado Luiz Henrique Damasceno disse que, recentemente, foi à unidade prisional a pedido da Defensoria Pública da cidade e encontrou quatro detentos em uma cela isolada, sendo que dois deles com ferimentos, com forte odor de spray de pimenta, utilizado normalmente pela polícia para conter tumultos.

A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que ainda não foi notificada sobre o caso, mas que tem ciência dessa visita. "Essa cela já havia sido interditada pelo Judiciário anteriormente, foram feitas as adequações necessárias e depois desinterditou", disse o superintendente de Gestão de Cadeias da pasta, Altair Vicente Camilo Júnior.

"Vamos investigar quem são os responsáveis e iremos aguardar o laudo pericial para verificar quem eram os agentes que estavam de plantão naquele dia", afirmou o delegado. Ele contou que, em depoimento, dois detentos confirmaram que foram colocados na cela de isolamento porque haviam sido flagrados com celular dentro da unidade. A medida de isolamento é legal, como reforçou Damasceno.

No momento que o delegado e a defensora pública chegaram ao local os detentos estavam nus, no entanto, conforme Damasceno, foi determinado que vestissem as roupas que estavam na cela. A situação também deverá ser apurada.

A defensora pública Jacqueline Gevizier Nunes Rodrigues, que também fez vistoria no local, afirmou ao G1 que há duas semanas havia recebido um telefonema do pai de um dos presos que é de Rio Branco, a 367 quilômetros de Cuiabá, dizendo que o filho tinha sido transferido para a cadeia de Campo Novo do Parecis e que estaria sendo agredido na unidade. Por isso, ela soliciou apoio do delegado para ir até a cadeia, onde foi constatado que o rapaz e outro reeducando estavam com lesões pelo corpo.

"Os rapazes estavam com a pele bastante irritada e uma cela escura, com dois colchoes, sendo que estavam em quatro. O isolamento em si é legal, mas o problema são as condições em que estavam lá e o tratamento que estavam recebendo", enfatizou a defensora. Por conta da falta de iluminação, ela pediu à Justiça que a cela de isolamento seja interditada até que a situação seja esclarecida. "Solicitei ainda a apuração acerca da eventual falta dos agentes", frisou.

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