Bolivianos acusados de enterrarem um feto no quintal da residência foram detidos na tarde dessa terça-feira (04.06), no bairro Jardim Marília, Pontes e Lacerda (a 448 km de Cuiabá).
De acordo com a Polícia Judiciária Civil (PJC), as investigações deram inicio após uma profissional de saúde do ESF Santa Cruz procurar a delegacia para relatar que acompanhava o pré-natal de uma adolescente boliviana, de 17 anos, gestante de aproximadamente 19 semanas e que não retornou mais ao posto para as consultas.
A testemunha ainda relatou que foi até a residência da gestante, onde encontrou a menor já sem barriga, e que a mesma teria dito que tinha perdido a criança após cair no banheiro e que o feto foi enterrado no quintal de casa.
Diante das informações, a equipe da PJC foi até a casa da gestante, onde a mesma confirmou a versão e indicou o local em que o feto foi enterrado. A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e os investigadores localizaram o corpo do bebê, de aproximadamente 20 centímetros, enrolado em roupas dentro de uma sacola plástica.
Mediante ao fato, a adolescente, o pai da criança, a mãe da menor e algumas testemunhas foram conduzidos à delegacia e ouvidos pelo delegado Carlos Augusto do Prado Bock.
Durante as oitivas, os envolvidos relataram que o aborto foi espontâneo. Segundo a menor, ela escorregou durante o banho e que a princípio não sentiu dores, porém, algumas horas mais tarde teve um sangramento muito forte e perdeu a criança.
De acordo com o apurado, nove pessoas moram na casa, todos bolivianos e não falam português. Os bolivianos não tem documentação brasileira e vieram para o Brasil em busca de trabalho.
O delegado ainda disse que eles alegaram que não houve provocação do aborto, assim como também não usavam métodos contraceptivos. E em relação ao sepultamento do feto, disseram que ficaram perdidos com a situação e por não conhecerem pessoas na cidade, por serem estrangeiros, e sabendo que enfrentariam grandes burocracias para enterrar a criança, decidiram então enterrar o bebê no quintal da casa, fato que seria comum na Bolívia.
O corpo da criança foi encaminhado para Cuiabá para exame de necropsia e as investigações seguem em sigilo para identificar se o aborto foi de fato espontâneo ou provocado e, portanto caracterizando crime de aborto e contravenção de inumação de cadáver.
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