O piloto de avião Maicon Semencvio Esteves, 27 anos, que foi encontrado vivo pelas equipes de resgate na tarde dessa quarta-feira (07.11), passou quatro dias comendo bolacha e bebendo água no riacho onde foi encontrado em Peixoto de Azevedo (696 km de Cuiabá).
Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu no sábado (03.11) e possivelmente foi causado por uma pane seca (falta de combustível). Na queda, a aeronave pegou fogo, ao sair as presas o piloto queimou os braços, a mão e o seu rosto. Ele percebeu uma estrada perto, mas a bússula indicava um caminho pela floresta.
Conforme os bombeiros, ele encontrou dificuldades ao andar pela mata, porque é impossível fazer o deslocamento em linha reta, contornar árvores e cipós. Nessas voltas ele se perdeu, não encontrou a estrada e andou muito mais do que esperava andar.
Um agricultor que estava arando a terra a uns 500 metros do local do acidente, viu o momento em que avião desceu rapidamente e não subiu. Ele decidiu ir até uma fazenda vizinha pedir ajuda.
Na segunda-feira (05.10), foram vistos galhos quebrados por pessoas que começaram as buscas junto com dois policiais militares. Os PMs encontraram a porta do avião aberta e um canivete a alguns metros da aeronave, o que indicava o deslocamento do piloto.
Os bombeiros de Colíder foram chamados às 11h na segunda-feira e chegaram ao local às 14h30. Eles viajaram cerca de 217 km.
Na terça-feira (06.11) no período da manhã, os bombeiros retomaram as buscas, caminharam entre 4 e 5 km em linha reta na mata fechada, mas no total isso significa uma distância muito maior devido aos obstáculos da floresta. Fazendeiros soltavam fogos para que o piloto respondesse através de algum sinal, porém sem sucesso.
Na quarta-feira (07.11), foi recebido um reforço dos bombeiros de Sorriso, além dos militares veio um cão de buscas, além de 30 trabalhadores rurais da região se dispuseram a ajudar os bombeiros nas buscas. O piloto foi encontrado perto de um córrego, muito debilitado, com muitos ferimentos causados pelo fogo no avião, além de ferimentos causados por espinhos e insetos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Maicon comeu somente as bolachas que estavam com ele e ficou bebendo água do córrego por quatro dias. A cerca de 200 metros do local em que ele foi encontrado havia uma clareira para onde ele foi transportado em uma maca improvisada.
Durante o período de resgate, os bombeiros dormiram na mata. Eles terminaram as buscas feridos por espinhos, com carrapatos presos na pele e viram um grupo de queixadas (porcos do mato) muito agressivo.
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