A Polícia Federal e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (08.11), a Operação Hermes (Hg) II em quatro Estados (AM, MT, SP e RJ).
Em Mato Grosso, oito municípios são alvos da operação: Cuiabá estão sendo cumpridos 15 mandados, sendo 11 pessoas físicas e quatro pessoas jurídicas; em Poconé, seis mandados, sendo duas pessoas físicas e quatro jurídicas, Peixoto de Azevedo, três mandados, sendo uma pessoa física e duas empresas, Cáceres uma pessoa física, em Alta Floresta um mandado contra uma empresa, Pontes e Lacerda, um mandado contra uma empresa, Nossa Senhora do Livramento, um mandado contra uma empresa e Nova Lacerda, uma empresa é alvo da operação.
Conforme a PF, o objetivo é investigar e combater crimes contra o meio ambiente, em especial o comércio e uso ilegal de mercúrio, bem como organização criminosa, receptação, contrabando, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Os crimes em apuração estão diretamente relacionados ao contrabando e à dissimulação de mercúrio, destinado aos garimpos na Amazônia, abrangendo estados como Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Pará.
A Operação Hermes (Hg) I, deflagrada em 1º de dezembro de 2022, foi a maior operação policial do país contra o uso ilegal de mercúrio, iniciando a partir da investigação de uma empresa localizada em Paulínia/SP, que abusava de suas atividades autorizadas para produzir créditos fictícios de mercúrio no sistema do IBAMA.
Ao longo de mais de dez meses de investigação, a Polícia Federal identificou uma extensa rede de indivíduos e empresas envolvidos no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia, resultando na remoção de sete toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do IBAMA.
A Operação Hermes (Hg) II, desencadeada hoje, tem o objetivo de aprofundar as investigações, buscando provas sobre o funcionamento desse esquema ilegal, identificando os principais responsáveis pelo comércio e os compradores finais do mercúrio ilegal, bem como o patrimônio utilizado para ocultar atividades ilícitas e ganhos decorrentes delas.
Segundo a Polícia Federal, os investigados usaram várias estratégias para movimentar os valores obtidos de maneira ilegal, incluindo o uso de interpostas pessoas, empresas de fachada, mistura de capital ilícito com capital lícito, compra e venda de imóveis com valorização artificial, blindagem patrimonial por meio de manobras legais, uso ilegal dos sistemas do IBAMA e até o uso do Aeroporto Internacional de Viracopos para o transporte de mercúrio.
A operação envolve 34 mandados de busca e apreensão, emitidos pela Primeira Vara Federal de Campinas, em cidades dos Estados do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, a Justiça impôs fianças de 200 salários mínimos e determinou o sequestro e a indisponibilidade de bens dos investigados no valor de mais de R$ 2,9 bilhões, com o intuito de reparar os danos ambientais causados.
A operação também inclui ações do IBAMA, que poderá aplicar multas, suspender atividades e embargar áreas de mineração, bem como investigar condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na importação e comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro. No total, 140 policiais federais e 30 servidores do IBAMA estão participando da operação.
Os investigados responderão pelas suas condutas, que incluem crimes ambientais, falsidade ideológica, uso de documento falso, contrabando, associação criminosa, receptação, perigo para a vida ou saúde de terceiros, além de organização criminosa, usurpação de bens da União e ocultação de bens. (Com informações da Polícia Federal).
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