Não aceitação do fim do relacionamento, discussão, bebedeira, são os motivos mais corriqueiros que tiraram a vida de uma mulher, donas de casa, que só desejavam uma vida conjugal feliz e harmoniosa, ou uma mulher, que já sofreu muito e só desejava um novo recomeço. Em 2022, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP/MT), registrou, de janeiro a novembro, 41 mortes por feminicídio.
Os feminicídios estão entre os crimes que mais chocaram Mato Grosso no ano de 2022. A primeira vítima chegou a pedir para o assassino, o ex-marido, que “poupasse” a vida da filha pequena. A jovem Liliane Barbosa da Silva, 27 anos, foi morta a facadas, no dia 04 janeiro, em sua residência, no município de Colíder (a 631 km de Cuiabá). Após tirar a vida da jovem, o assassino foi até a casa da família da vítima e disse que dessa vez “havia feito cagada e acabado com a vida de Liliane”.
Antes de ser golpeada até morte, jovem pediu para ex-namorado “poupar” sua filha pequena
Na maioria dos casos deste ano, as mulheres foram mortas na frente dos filhos menores. Como é o caso da Rosilei Dias de Alcântara, 48 anos, morta a tiros pelo marido, na frente do filho de 9 anos, após uma discussão de casal, na residência da família, na comunidade Sol Nascente, também no município de Colíder.
Mulher é executada pelo marido na frente do filho de 9 anos em MT
Bebedeira, conversa, e uma discussão, o “estopim” para o convivente tirar a vida de Maria do Socorro Monteiro da Costa, 53 anos. A casa da vítima, no bairro Passaredo, em Cuiabá, foi encontrada revirada com manchas e sangue e vestígios de luta corporal, mas não foram o suficiente para Maria conseguir se livrar do assassino. Antes de ser encontrada morta em frente sua residência, Maria ainda tentou pedir socorro pelo grupo de Whatsapp do bairro, mas não deu tempo.
Suspeito de feminicídio é preso em flagrante e tem prisão preventiva decretada
Um dos feminicídios que mais chocaram à população, ocorreu em abril, no município de Colniza (a 1.065 km de Cuiabá). A jovem Ângela Rocha Pereira, 22 anos, após ser morta a facadas, ainda teve seu corpo incendiado e jogado no lixão pelo marido. Um vídeo, da jovem gritando por socorro, enquanto era esfaqueada pelo companheiro, viralizou nas redes sociais. O crime pode ter sido motivado por problemas relacionados a tráfico de drogas.
Jovem foi morta a facadas e teve corpo incendiado em MT; vídeo dos gritos da vítima
Um motivo fútil, mas também crucial, tirou a vida de Silbene Guia Dolores da Silva, no dia 18 de junho, na residência do casal, no bairro Engordador, em Várzea Grande. Por ciúme, ela foi morta pelo marido. Vizinhos disseram que o casal brigava muito e chegava incomodar as pessoas mais próximas à residência. Até hoje o suspeito não foi detido.
Mulher é morta na comunidade do Engordador; companheiro é principal suspeito
Mais uma morte que vai marcar para sempre a vida dos filhos, mesmo a mãe tenha procurado a polícia para falar que filha estava sofrendo ameaças do ex-marido, não foi suficiente, para o assassino matar Janaina Aparecida Martins Filho, 31 anos, a tiros, na frente das duas filhas, na manhã do dia 04 de setembro, no município do Gaúcha do Norte (a 594 km de Cuiabá).
"Sem palavras, que fatalidade, que tragédia! Que Deus te receba com todo amor e compaixão, descanse em paz, minha irmã querida, minha comadre... Vou fazer de tudo para cuidar de suas meninas!!! Só Deus para confortar nossos corações!!!". As palavras de lamento, foram após o corpo de Marlene Aparecida dos Reis, 47 anos, ser encontrado em uma estrada que liga o município de Sinop a cidade de Vera. O marido, após tirar a vida da corretora de imóveis, ainda ligou para uma amiga da vítima e disse que tinha perdido a cabeça.
Homem mata esposa e avisa amiga da vítima; "perdi a cabeça"
Dos casos registrados pela Sesp, ainda em novembro, foi da jovem Jaine Diniz Xavier, 20 anos, morta a pauladas e facadas pelo marido, após uma discussão, na residência do casal, no município de Sinop (a 479 km de Cuiabá).
Jovem de 20 anos é morta pelo marido com pauladas e facadas em MT
O feminicídio é uma tragédia anunciada, conforme relatos de diversas autoridades e pesquisadores.
Segundo se apurou, alguns casos de feminicídio no Estado, poucos autores estão presos. Não há dados precisos, pois, a Sesp não forneceu os números.
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