Uma mulher transexual, identificada por Rebeca, amiga da jovem trans Mayla Rafael Martins, que foi morta na última terça-feira (16.01), em Lucas do Rio Verde (a 331 km de Cuiabá), afirmou que a jovem teria pressentido sua morte e mandou uma foto para uma colega da placa do carro do homem com quem teria saído, o empresário Jorlan Cristiano Ferreira, 44 anos.
Conforme a amiga, Mayla Rafael era moradora de Várzea Grande, e foi trabalhar como profissional do sexo em Lucas do Rio Verde para ajudar as irmãs, e também juntar dinheiro para ir morar em outro país. Ela teria perdido a mãe recentemente.
Rebeca, que também é moradora de Várzea Grande, relatou à imprensa que Jorlan e a amiga mantiveram um relacionamento amoroso por cerca de 30 dias. Os encontros eram às escondidas, visto que o empresário é casado.
A amiga contou que Mayla já estava sendo ameaçada pelo empresário, e que estava obcecado por ela, conforme mensagens trocadas entre amigas. Ela disse que Jorlan dava muito dinheiro para agradar à amiga e deixá-la encantada por ele.
Mesmo com todos os "mimos", Rebeca declarou que a amiga não queria mais se relacionar com o empresário e já tinha cogitado retornar para Várzea Grande, mas acabava sempre sendo impedida por ele. Na última sexta (12), Mayla teria decido comprar uma passagem, que segundo a testemunha, não soube informar se a jovem chegou ou não a comprar o bilhete.
Para Rebeca, o empresário já teria premeditado o crime. “No dia do crime ele conseguiu engambelar minha amiga, ela era muito carente, cedeu e foi com ele para sua própria morte. Mas ela sentiu que algo iria acontecer, e antes de morrer chegou a mandar para uma colega a foto do veículo do assassino. Se não fosse essa foto, ele não estaria preso”, disse a amiga.
Chorando, Rebeca disse que estava revoltada com o depoimento do empresário, onde ele afirmou que estava sendo extorquido pela profissional do sexo, e que já teria sido roubado por Mayla.
“Ele está alegando que minha amiga extorquiu ele, mas minha amiga nunca extorquiu ninguém, nunca andou com faca, ela fazia seu trabalho certinho. Minha amiga não era uma travesti de confusão. Hoje enterramos nossa amiga e enterramos um pedaço de cada uma de nós trans que sempre passamos por esse tipo de violência. E ainda, mesmo morta, ela está sendo acusada de ser ladrona, coisa que ela não era. Então esperamos muito por Justiça", externou Rebeca.
Sem citar nomes, a trans disse que um homem, morador de Várzea Grande, com quem Mayla teve um relacionamento, entregou à polícia conversas que teve com a vítima, onde ela relatava que estava sofrendo ameaças por parte do empresário.
Durante o velório, as amigas pediram justiça pela morte da jovem. Rebeca disse que espera que Jorlan fiquei na cadeia por muitos e muitos anos.
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