O primeiro registro de agressão foi em 2021, feito pela própria vítima para a Polícia Civil. Ela narrou que estava sofrendo ameaças e violência psicológica da filha, V.C.R. que a ameaçava constantemente para que lhe desse dinheiro para manter o vício em drogas.

Na ocasião, a idosa relatou na delegacia que a filha não vivia com ela, e por consequência do vício, deixava os filhos sob os cuidados e responsabilidade da vítima, que, com 72 anos, tinha a guarda dos netos.

A vítima revelou que por diversas vezes a investigada ia até sua residência, visivelmente drogada, e a ameaçava, pedindo dinheiro. Em decorrência da situação, a idosa solicitou a primeira medida protetiva, concedida em janeiro de 2021.

Em agosto de 2022, a vítima retornou à delegacia novamente para registrar outro boletim, relatando que a filha havia voltado a ameaçá-la e agredi-la. Foi requerida uma nova medida protetiva, deferida no mesmo mês e a investigada, intimada da decisão judicial no mês seguinte.

Em fevereiro deste ano, uma testemunha presenciou as agressões contra a vítima e procurou a Polícia Militar, relatando que retirou a idosa da casa, uma vez que a investigada continuava descumprindo de forma constante a medida protetiva. Conforme o relato da testemunha, os policiais militares foram até a residência da vítima, onde encontraram o portão trancado, e ao solicitar à investigada que abrisse, ela tentou fugir, pulando o muro, mas foi presa em uma casa vizinha.

Na ocasião, a vítima contou estar em estágio terminal de câncer e que a filha teria dito que a ajudaria, contudo, ocorreram diversas agressões e maus-tratos. Também foi confirmado que a investigada trocava a medicação da vítima, dando remédio errado, resultando no agravamento da doença.

A investigada foi presa em flagrante pelo descumprimento da medida protetiva e maus-tratos ao idoso, sendo encaminhada à audiência de custódia. Após, ela foi liberada provisoriamente, com a proibição de manter qualquer contato com a vítima e de frequentar a residência da idosa.

Quatro dias após a suspeita ser detida em flagrante, outra filha da idosa procurou a polícia e denunciou que, mesmo ciente das determinações judiciais, a suspeita voltou à casa da mãe e permaneceu no local. A vítima faleceu na semana passada.

A Delegacia de Sorriso representou pela prisão da investigada, que foi deferida pela 2ª Vara Criminal de Sorriso e cumprida nessa segunda (13).