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Polícia Sexta-feira, 11 de Julho de 2014, 10:50 - A | A

Sexta-feira, 11 de Julho de 2014, 10h:50 - A | A

Crime Passional

Marchetti tentou reagir antes de ser baleado, aponta laudo do IML

Laudo do IML aponta que Marchetti tentou reagir antes de ser baleado

Redação VG Notícias com Repórter MT

O ex-secretário de infraestrutura, Vilceu Marchetti, foi assassinado com dois tiros e não com três ou mais como foi ventilado. Um na cabeça e outro no tórax. É o que revela uma fonte do Instituto Médico Legal de Mato Grosso. De acordo com o laudo do IML, ao qual fonte teve acesso, Marchetti estava acordado no momento em que foi morto. Ela diz, pelas fotos analisadas, que o ex-secretário, assim que percebeu a presença do assassino no quarto com a arma, tentou se levantar para reagir quando levou o primeiro tiro.

“O tiro que matou Marchetti foi o que atingiu a cabeça dele, mas não dá para saber ainda se foi o primeiro ou o segundo disparo que foi dado pelo assassino”, revelou. Marchetti após morto, ficou com a perna direita mais afastada do corpo, segundo o laudo, mostra que ele tentou se levantar para se defender dos tiros que levaria do assassino.

Outro ponto interessante apontado pelo laudo, segundo a fonte, é que não há vestígios de nenhum tipo de produto ou veneno que possa ter sido citado como causa da morte de Marchetti. “Ele morreu por causa do tiro que levou na cabeça e no tórax também. Não foi encontrado no corpo dele nenhum tipo de veneno ou produto que pudesse mascarar a morte do ex-secretário”, observou.

A fonte também revelou que a cena do crime não foi alterada pelo assassino.

Entenda o caso - O suspeito, Anastásio Marafon, 53 anos, confessou o homicídio e disse que o ex-secretário assediou sexualmente sua esposa. O administrador foi preso na fazenda durante as investigações iniciadas na noite de segunda-feira (07.07), pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) , Delegacia de Santo Antônio de Leverger (34 km ao Sul) com apoio operacional de policiais militares.

Segundo o autor, a arma usada no crime, um revólver calibre 38,  foi jogado em um rio, na própria fazenda, e está sendo procurada pelo Corpo de Bombeiros acompanhado de uma equipe policial da DHPP.

Em entrevista, o delegado titular da DHPP, Silas Tadeu Caldeira, informou que Marchetti foi morto dentro do quarto e encontrado em cima da cama. O delegado explicou como ocorreu o crime e contou que à tarde, por volta das 16 horas, o suspeito estava no mangueiral com a vítima e ambos trabalharam até as 18 horas, vacinando o gado. Depois retornaram à fazenda. "Chegando a sede da fazenda, existe uma casa, onde fica os peões e aproximadamente de 6 a 7 metros dois apartamentos conjugados, o qual um fica o proprietário da fazenda e outro o Marchetti. Chegando ali a vítima entrou num dos apartamentos e quando o suspeito ia descendo do carro viu o Marchetti passar a mão nas nádegas da esposa", detalhou o delegado.

Conforme o interrogatório, o administrador teria ficado revoltado com a situação e indagou a esposa se ela estaria sendo assediada pela vítima. "Ela, inicialmente negou e posteriormente confessou. Ele deu um tapa na mesa muito exaltado e saiu em direção ao apartamento, onde estaria Marchetti deitado. Quando ele (o suspeito) se aproximou, somente disse 'você está mexendo com minha mulher' e após isso já disparou", contou Silas Tadeu Caldeira. "Diz ele que estava muito abalado e não sabe se foram dois ou três disparos, mas confirma que foi ele que atirou", finalizou o delegado.

Ainda no interrogatório, o administrador alegou que não conhecia a vítima e nem seu histórico de vida. O casal pivô do crime trabalha há mais de 6 anos com o proprietário da fazenda, no Estado de Santa Catarina, e estava há menos de 10 dias em Mato Grosso para administrar a fazenda no lugar do ex-secretário Vilceu Marchetti, que não aparece como dono do imóvel rural e sim administrador até então.

As investigações são conduzidas pelos delegados da DHPP Anaide Barros e Walfrido do Nascimento, que estiveram na propriedade até a madrugada desta terça-feira (08.07), colhendo elementos  para o esclarecimento da autoria do homicídio e hoje pela manhã lavraram o auto de prisão em flagrante, pelo crime de homicídio. "O que fizemos ontem e hoje foi o trabalho de autuação pelos elementos que encontramos ali e todos os elementos colhidos são indicativos dessa autoria", disse o delegado Walfrido do Nascimento.

O inquérito policial será finalizado em 10 dias pelo delegado Sidney Caetano de Paiva, da Delegacia de Santo Antônio de Leverger, que responde por Barão do Melgaço, circunscrição do crime. O preso responderá por homicídio.

Histórico Polêmico - No mês de março, Vilceu Marchetti foi condenado, pelo então juiz-federal Julier Sebastião,por atos de improbidade administrativa no processo que ficou conhecido como “escândalo dos maquinários”, em que a Justiça Federal investigava o superfaturamento na aquisição de 705 máquinas em 2009, durante o governo de  Blairo Maggi (PR). Recentemente o nome do ex-secretário também foi envolvido nas investigações da Operação Ararath.

Nas investigações Marchetti foi apontado como ‘braço’ do também ex-secretário de governo Eder Moraes em supostas fraudes, que chegaram a movimentar R$ 32,7 milhões. A participação de Marchetti no ‘esquema’ seria na atuação junto a empreiteiras que prestavam serviço junto ao governo.

Um dos indícios da fraude é o ofício da Sinfra, endereçado ao BicBanco,  apreendido pela Polícia Federal durante buscas na residência de Eder. O documento cita 27 empresas e os valores que seriam liquidados pelo Estado.

O ex-secretário que entrou na política em 1994, como prefeito de Primavera do Leste, estava fora da vida pública desde 2010, quando deixou o governo do Estado investigado por superfaturamento.

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