O ano de 2023 revelou um cenário preocupante para a segurança viária em Mato Grosso, especialmente nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Durante os primeiros onze meses do ano, as forças estaduais de segurança registraram 3.344 acidentes na região, dos quais 122 resultaram em vítimas fatais. Os números de mortes aumentaram 17,30% em relação ao ano de 2022, que fechou os meses com 107 acidentes fatais. Em Cuiabá, foram 84 e Várzea Grande, 38 vítimas fatais.
Dos acidentes registrados, o número envolvendo motocicleta tem crescido a cada dia, onde, na maioria das vezes, o condutor perde o controle do veículo e colide contra postes, árvores e blocos de concreto. Também foi constatado acidentes onde vítimas invadiram a preferencial ou foram atingidas por carretas nas rodovias federais.
Um dos acidentes fatais mais marcantes de Várzea Grande em 2023, vitimou mãe e filha. Josaine Aparecida Silva Campos, 33 anos, trafegava pela avenida Leôncio Lopes de Miranda, quando perdeu o controle da motocicleta e bateu em uma placa de sinalização. A pequena Anny Sophia de Campos Pereira, 5 anos, morreu logo após ser socorrida e dar entrada no Pronto-Socorro do município (PS/VG). Já Josiane morreu 16 dias depois da filha.
Ainda entre vítimas que morreram após perder a direção do veículo, está Kevin Eduardo Firmino Silva, 20 anos. O jovem morreu após derrapar na avenida Leôncio Lopes de Miranda. Ele foi arremessado para calçada. Kevin chegou a ser socorrido pela própria mãe, mas deu entrada no PS/VG já em óbito.
Outra vítima, Joice Rodrigues de Paula, morreu após perder o controle da direção na rotatória da Curva da Morte e colidir contra um poste. A mulher não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Segundo familiares, Joice estava voltando da igreja.
Ainda na mesma linha de acidentes, o motociclista, Valdemir Martins, 33 anos, morreu após colidir contra um poste de iluminação na avenida Presidente Eurico Gaspar Dutra, no bairro Pirineu.
Já Mario Roberto Monteiro da Silva, 56 anos, perdeu a vida após ser fechado por um veículo de passeio e colidir contra um bloco de concreto na avenida da Feb.
Dentre os acidentes envolvendo jovens, está a morte de Emily Gracioli Reveles Pereira, 16 anos. A adolescente estava na garupa de um jovem de 21 anos, quando ele furou o sinal vermelho e colidiu contra um veículo de passeio, na avenida Murilo Domingos. A garota foi encaminhada para o PS/VG, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito ainda na madrugada do dia do acidente.
Já o jovem motociclista Hugo Gabriel, 18 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão, no bairro Costa Verde. Ele também foi socorrido com vida, mas morreu oito dias após dar entrada na unidade de saúde. As ruas onde o acidente foi registrado não havia placa de sinalização indicando quem teria invadido a preferencial.
As mortes por atropelamentos também foram registradas em rodovias. O motociclista José Carlos Pereira Martins, conhecido por Gugu, 27 anos, morreu ao ser atropelado por uma carreta na BR-070 da rodovia dos Imigrantes. Gugu teve a cabeça esmagada pelo veículo de carga.
Considerada uma rodovia perigosa para acesso aos bairros, moradores chegaram a fazer um protesto no local do acidente cobrando a construção de viadutos e obras de melhorias para o trânsito na rodovia.
Outra vítima da BR-070, entre Várzea Grande e Nossa Senhora do Livramento, foi Laerte Rodrigues Filho, 73 anos. O idoso morreu colidir com sua motocicleta frontalmente contra um caminhão.
Acidentes envolvendo veículos de passeio também vitimaram moradores de Várzea Grande. Pamella Claudia Fialho de Arruda Goes, 30 anos, morreu após perder o controle da direção, subir no canteiro central e colidir contra uma árvore. O acidente foi registrado na avenida Júlio Campos.
Já o condutor Jhonys Rodrigues de Souza, 31 anos, morreu após colidir seu veículo Pálio contra uma estrutura de metal, na avenida Couto Magalhães. Na ocasião, Jhonys estava dirigindo na contramão, quando avistou uma viatura da polícia e tentou fugir em alta velocidade. Ainda na contramão da via, ele passou por dois quebra-molas até que perdeu o controle da direção, colidiu e não resistiu aos ferimentos.
Na Capital, os acidentes também tiveram quase as mesmas dinâmicas que em Várzea Grande. O jovem motociclista Felipe Dias da Silva Amorim, 19 anos, conhecido como "Felipinho", entrou na contramão na avenida A, paralela com a BR-364, setor Industrial de Cuiabá e colidiu de frente com uma caminhonete. Imagens de câmera de segurança, mostraram o jovem em pé na motocicleta no momento da colisão. No dia do acidente, um familiar informou que o jovem teria enviado algumas mensagens de cunho suicida.
Luzia Ribeiro dos Santos, 40 anos, trafegava em alta velocidade em sua motocicleta Honda Biz, pela rua 24, no bairro Jardim Florianópolis, quando invadiu a preferencial e colidiu contra um veículo Fiat Uno. Ela chegou a ser socorrida com vida e encaminhada ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas dois dias depois do acidente, ela não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
O motociclista Adalberto Boroponepa, 29 anos, indígena do povo Umutina-Balatiponé, morreu ao colidir contra uma árvore, na avenida Beira Rio, em Cuiabá.
Já Leonilda Gusmão morreu em um acidente de trânsito envolvendo dois veículos de cargas, na rodovia Helder Cândia, na Estrada da Guia, em Cuiabá. O motorista do caminhão que estava a vítima, não conseguiu visualizar outro veículo de carga que estava parado na rodovia e acabou colidindo, fazendo com que a mulher ficasse presa às ferragens da carreta. No veículo também estavam seu esposo e filha, que sobreviveram.
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