O juiz da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Várzea Grande, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, manteve a prisão preventiva do empresário Itamar Gonçalves, 54 anos, acusado de tentativa de feminicídio contra a esposa Keila Tania da Silva Youssef Gonçalves. A defesa ingressou com pedido de liberdade durante audiência de custódia, que ocorreu na tarde desta quinta-feira (30.03). Porém, o magistrado aguarda manifestação do Ministério Público, para depois decidir se mantém preso o empresário.
Foragido há oito meses, com prisão decretada, o empresário se apresentou, espontaneamente, na manhã desta quinta-feira, na Gerência Estadual de Polinter, em Cuiabá, à delegada Silvia Maria Pauluzi. A tentativa de feminicídio ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 2022, na residência da família.
No dia do crime, a vítima contou que estava dormindo, quando acordou seu marido estava lhe dando um golpe de mata-leão, imobilizada, e sem conseguir se defender, ela disse que fingiu que desmaiou, momento que o suspeito a soltou e ela conseguiu fugir para o banheiro, gritando socorro para os filhos.
Kelia contou ainda, que quando acendeu a luz, percebeu que seu corpo estava cheio de sangue, assim como o cômodo. A vítima encontrou um martelo de ferro jogado no chão do quarto, e deduziu, que antes de ser imobilizada foi agredida na cabeça pelo objeto. O suspeito fugiu antes que os filhos apareceram no quarto. A vítima foi socorrida e levada para um hospital, onde precisou de sutura no ferimento da cabeça.
Imagens anexadas ao processo, onde a reportagem do teve acesso, mostram partes do corpo da vítima machucadas, como pescoço, braço, cabeça e até mesmo manchas nos olhos, causadas pela mancada na cabeça.
No dia 13 de março, Keila e algumas testemunhas foram ouvidas na audiência instrução. Em depoimento, pessoas próximas ao ex-casal, contaram que escutaram de Itamar que ele iria matar Keila, e se fosse preso, se mataria na cadeia. Em outra ameaça, segundo a testemunha, o suspeito disse que se Keila não fosse dele não seria de mais ninguém.
“As testemunhas foram categóricas ao relatarem que o denunciado já havia manifestado intenção, meses antes, de matar a vítima e cometer suicídio na sequência, em razão de suposto relacionamento extraconjugal que estaria sendo mantido pela vítima”, consta do depoimento.
Em manifestação à Justiça, apresentada nesta quinta-feira (30), a defesa de Keila pede que que a Justiça mantenha a prisão preventiva do agora ex-marido, Itamar Gonçalves, pois, segundo a defesa, teme pela vida de sua cliente, devido às agressões que já sofreu, assim como as ameaças.
Outro lado - Conforme o advogado do empresário, Clayton Cleriston Willian da Silva Pereira, disse que seu cliente assumiu a agressão, lesão corporal, e não tentativa de feminicídio como manifestou o Ministério Público (MP). "No meu entendimento, ele assumiu lesão corporal, e isso não é um crime de prisão. Não há que se falar de prisão, no meu entender", disse o advogado que aguarda minifestação do MP.
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