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Polícia Sexta-feira, 07 de Junho de 2019, 16:19 - A | A

Sexta-feira, 07 de Junho de 2019, 16h:19 - A | A

MAIS 30 PESSOAS

Inquérito é concluído e Arcanjo, genro e Muller indiciados por jogo do bicho em MT

Redação VG Notícias

PJC-MT

Defaz

 

O inquérito policial da operação “Mantus” foi finalizada nesta sexta-feira (07.06) e 33 pessoas foram indiciadas, entre elas, o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, seu genro, Giovanni Zem e o empresário Frederico Muller.

De acordo com a Polícia Judiciária Civil, em pouco mais de 1 ano, os dois grupos criminosos movimentaram mais de R$ 20 milhões em contas bancárias.

Os três e mais 30 pessoas foram indiciadas crimes de organização criminosa, extorsão, extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e contravenção penal do jogo do bicho.

A operação deflagrada na quinta-feira (29.05) passada prendeu 29 pessoas, de um total de 33 mandados de prisão preventiva e 30 buscas e apreensão domiciliar.

Interrogatório

João Arcanjo Ribeiro foi interrogado na quinta-feira (06), na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Sob forte esquema de segurança ele foi retirado do Raio 5 da Penitenciária Central do Estado (PCE) até a GCCO, onde por mais de três horas foi questionado sobre diversos pontos da investigação.

Quando preso, na operação, o bicheiro teve apreendido em sua casa R$ 201 mil, dinheiro que alegou estar declarado em seu imposto de renda e ser mantido no imóvel para despesas diárias.

Durante seu interrogatório, Arcanjo negou todos os questionamentos que lhe imputariam alguma responsabilidade criminal, como documentos apreendidos que o vinculam ao jogo do bicho. Esses documentos referem-se a uma grande apreensão ocorrida em 12 de julho de 2018, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), no bairro Jardim Campos Elíseos, em Cuiabá. Foram 12 máquinas eletrônicas de apostas apreendidas, várias bobinas, tabelas do jogo do bicho, e outros materiais de aposta. Na ocasião duas pessoas foram detidas.

Apreensão ocorrida em 2018.

O delegado responsável pelas investigações, Luiz Henrique Damasceno, lembrou também que nessa ocasião foi encontrado na minicentral um documento de arrecadação (Darf) da fazenda São João, de propriedade da João Arcanjo Ribeiro.

“Demonstrando desde então vínculo do funcionário Marcelo Honorato com Arcanjo e Giovanni Zem. Também foram descobertos remessas de dinheiro para o Uruguai, cerca de 500 mil nos últimos 5 anos. O problema é um bicheiro mandado dinheiro para fora do país, destinado a pessoas ligadas a Arcanjo”, destacou.

Na investigação também consta foto de um recibo de R$ 20 mil entregue por um bicheiro a outro, no estacionamento onde João Arcanjo Ribeiro trabalha, o Estacione Parking, na Avenida Rubens de Mendonça (CPA), em Cuiabá. No dia e horário, o monitoramento eletrônico da tornozeleira de João Arcanjo aponta que ele estava no estacionamento, que é de sua propriedade, além da extração de conversa via aplicativo Whatsapp, autorizadas pela Justiça.

Outro ponto considerado na investigação é o fato de João Arcanjo dividir a mesma secretária da empresa Granito, considerado o estabelecimento comercial que mais “lavou” dinheiro.

O estacionamento e a empresa são considerados o “QG” do jogo do bicho e lá foram encontradas planilhas de contabilidade, que podem ser da jogatina, sendo semelhantes a localizada no quarto de Giovanni Zem durante as buscas realizadas na operação. Esta última é igual a outra planilha apreendida com o gerente do jogo do bicho na região Norte de Mato Grosso, Mariano Oliveira, que ainda teve diversos produtos do jogo, como máquinas eletrônicas, cadernos dos sonhos, e outros localizados em sua posse.

Giovanni Zem Rodrigues quando ouvido permaneceu em silêncio, assim como Frederico Muller Coutinho. Mas segundo os delegados que atuaram no inquérito policial, Luiz Henrique Damasceno (Defaz), Flávio Henrique Stringueta (titular GCCO), Juliana Chiquito Palhares (GCCO), e Frederico Murta (GCCO), membros do grupo de Muller acabaram confirmando fatos descobertos ao logo de quase 2 anos de investigações, que estão nos relatórios policiais.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE).

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