O coordenador e promotor Adriano Roberto Alves, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou nesta quinta-feira (20.03) que o crime organizado pode acabar expandindo suas operações para setores como fornecimento de internet e gás. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa sobre a Operação Aqua Ilícita, realizada nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop.
“A partir do momento que a população lamenta esse tipo de situação é perigoso, e amanhã vai pagar mais pelo gás? Amanhã vai pagar mais pela internet? Amanhã vai pagar mais pela água ? Se isso continuar, provavelmente”, alertou o coordenador.
O delegado Hércules Batista Gonçalves ressaltou que o assistencialismo oferecido pelas organizações criminosas dificulta o trabalho da polícia.
“Isso vem de longa data. Na Colômbia, Pablo Escobar deu seguimento a máfia italiana, e isso não é diferente em Cuiabá, infelizmente. Esse assistencialismo realmente prejudica bastante, porque coopta várias pessoas para a proteção do crime organizado. O Gaeco já deflagrou outras operações onde foi constatado a distribuição de cestas básicas”, explicou.
Leia também- Comando Vermelho faturava R$ 1,5 milhão por mês com extorsão na venda de água
De acordo com o coordenador do Gaeco, a falsa percepção da população em relação a esses crimes pode contribuir para o seu avanço.
“A população tem uma falsa percepção desse tipo de situação, por exemplo, a água eles iriam pagar R$2,00 a mais por galão, pode ser que amanhã tenha que pagar internet. O Estado está aí para dar proteção [aos denunciantes] se cometer um crime vai a julgamento, é feito a denúncia e ele tem o todo direito de se defender. Pode ser condenado ou inocentado, mas a partir do momento que a população lamenta é perigoso”, afirmou o Adriano.
A operação teve como objetivo combater extorsão, lavagem de dinheiro e organizações criminosas que vinham prejudicando comerciantes de água mineral e aumentando os preços para os consumidores. A ação, coordenada pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar, com a colaboração do Gaeco. Durante a operação, houve confrontos que resultaram na morte de dois criminosos.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
