Os suspeitos, Fabrício Refo de Oliveira Mattos e Poliana Aparecida Silva foram presos pelo crime de estelionato nessa quinta-feira (20.07), em Barra do Garças (509 km da Capital). De acordo com a polícia, a dupla é acusada de aplicar golpe em parentes de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
Segundo levantamentos da Polícia Civil, Fabrício era o articulador e teria conseguido aplicar cerca de 20 golpes, com prejuízo de mais de R$ 60 mil às vítimas.
Poliana teve sua conta bloqueada há alguns dias após denúncia de uma vítima do Estado da Paraíba, que havia realizado depósito no valor de R$2,900, na conta dela para a realização de exame de urgência de um familiar internado em tratamento intensivo.
Com isso, Poliana teve que comparecer na agência para fazer o desbloqueio. Ao verificar a situação registrada no sistema, o funcionário do Banco do Brasil acionou a Polícia Civil e policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) saíram em diligência.
Chegando ao banco, Poliana foi abordada e questionada sobre a origem e destino do valor que ela estava tentando sacar. A mulher disse apenas que o dinheiro pertencia a Fabrício Refo, e que ele estaria em sua residência esperando ela com quantia.
Com as informações, os policiais foram até a residência de Poliana, onde Fabrício a aguardava. Indagado sobre dinheiro, o rapaz confessou o envolvimento em golpes a familiares de pacientes internados em unidade de tratamento.
Fabrício confirmou também que o dinheiro que Poliana tentava sacar era de mais um golpe que teria obtido êxito. O rapaz confessou ainda ter aplicado o golpe cerca e 20 vezes, arrecadando no total uma quantia aproximada de R$ 60 mil.
Em revista, com o golpista os policiais apreenderam uma porção de haxixe.
Poliana foi autuada em flagrante pelo crime de estelionato e Fabrício além de estelionato foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de entorpecentes.
Na residência também foram encontrados diversos comprovantes de depósitos em contas-correntes diversificadas. A Polícia Judiciária Civil vai investigar os nomes constantes nos documentos.
Como agia - A dupla aplicava o “Golpe da UTI” em diversos Estados brasileiros. Fabrício fazia contato nos hospitais e com um nome genérico buscava algum paciente que estaria em tratamento na unidade, com isso, no segundo passo ele refazia o contato com o hospital, agora se identificando como familiar do paciente internado. Fabrício captava as informações necessárias para dar credibilidade a prática criminosa e assim mantinha contato telefônico com o familiar da vítima.
A situação de vulnerabilidade do familiar era o ponto fraco que Fabrício utilizava para obter o êxito em suas ações. Ele se identificava como profissional do hospital responsável pelo paciente internado e alegava a necessidade de realização de algum procedimento médico em caráter de urgência.
Com isso, repassava aos familiares valores entre R$2 mil e R$ 3 mil para cada procedimento, alegando em casos de paciente com plano de saúde que o valor pago poderia ser ressarcido pelo plano posteriormente, mediante a comprovação do pagamento.
Além disso, Fabrício utilizava conta de terceiros para recebimento dos depósitos. A conta de Poliana era uma dessas. O rapaz buscava por pessoas de baixa instrução e baixa renda e em troca do '‘empréstimo’' das contas, dava a essas famílias mensalmente uma cesta básica. (Com PJC)
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