Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (13.02), os delegados Wilson Rodrigues e Evandro Iwasaki, que coordenam a Operação "Assombro", da Polícia Federal em Cuiabá, disseram que os R$ 13,5 milhões desviado do extinto Banco do Estado de Mato Grosso (Bemat), foram direcionado para uma empresa fantasma, em que o endereço informado funciona a boate Crystal Night Club, localizada no Bosque da Saúde.
Segundo o delegado Wilson Rodrigues, o Governo do Estado tinha uma dívida de R$ 85 milhões com os ex-servidores do Bemat, e por meio de um acordo, ficou acertado que a mesma seria quitada em 18 parcelas, de cerca de R$ 4,7 milhões cada. Ainda no acordo, o advogado Nelson Prawuck foi nomeado liquidante do Bemat.
O delegado relatou que o liquidante (Nelson Prawuck) deveria ter efetuado o pagamento aos credores, funcionários e fornecedores, antes da extinção do Bemat, entretanto, utilizava técnicas para lavagem de dinheiro, como assinar o contrato de confidencialidade e uso de empresa fantasma para o recebimento dos recursos.
Conforme ele, o advogado contratou um escritório de assessoria jurídica, a empresa de prestação de serviços de assessoria ao Centrus, chefiada por Newman Pereira Lopes. Porém, Prawuck pedia para que o pagamento das parcelas fosse feito para uma terceira empresa (considerada fantasma), e não para o escritório o qual ele havia contratado.
Ainda de acordo com Rodrigues, as fraudes só foram detectadas entre fevereiro e maio de 2012, quando cinco parcelas já tinham sido efetuadas, gerando prejuízo de mais de R$ 13 milhões aos ex-funcionários do Bemat.
Até o momento, foram presos provisoriamente os advogados Nelson Prawucki, ex-liquidante do Instituto de Previdência Complementar do antigo banco, e Newman Pereira Lopes, sócio de Prawucki e dono do escritório de advocacia contratado pelo liquidante para desviar os recursos. Os dois podem ficar detidos no Centro de Custódia, a antiga Polinter.
Nelson Prawucki e Newman Pereira Lopes foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), por desviar cerca de R$ 13 milhões do mesmo fundo de pensão investigada pela Polícia Federal, no ano passado. Ambos respondem por ato de improbidade administrativa junto ao órgão, que pede a devolução da quantia.
Os delegados acreditam que existe a possibilidade de mais envolvidos no esquema. Outro foco da Polícia Federal é descobrir a destinação do dinheiro desviado no esquema “milionário”.
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