O procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, demonstrou arrependimento em depoimento e afirmou que não teve a intenção de matar Ney Muller Alves, morador em situação de rua. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (11.04) pelo delegado Edison Pick, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Demonstrou arrependimento. Não era sua intenção matar. Ele queria apenas tirar satisfação com a vítima e, no momento, acabou efetuando o disparo”, afirmou o delegado.
O delegado Edison Pick declarou que Luiz Eduardo não conhecia Ney Muller, e que apenas o teria identificado como a pessoa que danificou seu carro de luxo em um posto de combustível — onde o veículo estava estacionado enquanto o suspeito jantava com a família — com base na descrição fornecida por um terceiro, que teria presenciado o suposto ato de vandalismo. A testemunha, ainda não identificada, descreveu o autor como um homem magro, alto, vestindo camisa vermelha e short.
Pick relatou que, ao procurar o posto policial no bairro Boa Esperança para denunciar o vandalismo contra seu carro, Luiz Eduardo teria avistado Ney Muller no trajeto, reconhecendo nele as características repassadas pela testemunha. Ao retornar para casa, o procurador reencontrou a vítima, chamou-a para perto do carro e, em seguida, efetuou o disparo fatal.
Segundo o delegado, câmeras de segurança da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) serão analisadas para esclarecer a dinâmica do crime, especialmente a versão apresentada pelo procurador, segundo a qual Ney Muller teria se projetado na direção do carro, sugerindo que lançaria uma pedra. O veículo do suspeito também será periciado para apurar os danos. No entanto, o delegado foi enfático: “Os danos materiais não justificam a morte da vítima.”
Edison Pick afirmou que será solicitada a conversão da prisão em flagrante de Luiz Eduardo para prisão preventiva, uma vez que a Polícia Civil já havia identificado o procurador e obtido seu endereço antes de sua apresentação espontânea na quinta-feira (10).
Por fim, o delegado declarou que o servidor deve responder por homicídio doloso, caracterizado pela intenção de matar. “Não digo que tenha sido uma execução, mas ele pode ter premeditado.”
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