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Polícia Quinta-feira, 08 de Fevereiro de 2024, 08:00 - A | A

Quinta-feira, 08 de Fevereiro de 2024, 08h:00 - A | A

tentativa de golpe

Bolsonaro é alvo de operação e tem 24 horas para entregar passaporte

Ex-assessores de Bolsonaro são presos em investigação sobre tentativa de golpe

Lucione Nazareth/VGNJur

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres, e o presidente Nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foram alvos na manhã desta quinta-feira (08.02) da Operação Tempus Veritatis que apura uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.  

Segundo a PF, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.  

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, em relação a Bolsonaro foi expedida a obrigação dele entregar o passaporte em até 24 horas, assim como proibido de fazer contato com os demais investigados.  

Moraes expediu mandados de busca e apreensão nos endereços dos seguintes investigados: general Braga Netto [ex-ministro da Defesa e da Casa Civil]; Anderson Torres [ex-ministro da Justiça]; Valdemar Costa Neto; general Augusto Heleno [ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)]; general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira [ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército]; Almirante Almir Garnier Santos [ex-comandante-geral da Marinha]; Tercio Arnoud Thomaz [ex-assessor de Bolsonaro]; e Ailton Barros [coronel reformado do Exército].  

Além deles, foram presos: Filipe Martins [ex-assessor especial de Bolsonaro]; Marcelo Câmara [coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro]; coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto; e o major Rafael Martins de Oliveira.  

O Exército foi chamado para acompanhar o cumprimento das ordens contra os militares.  

Investigações  

De acordo com a Polícia Federal, nesta fase da Operação Tempus Veritatis, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.    

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

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