O autor do assassinato do advogado Roberto Zampieri, 56 anos, na noite dessa terça-feira (05.12), em Cuiabá, usou uma caixa de isopor coberta por fita preta para esconder a arma de fogo utilizada no crime. A caixa foi localizada na manhã desta quarta-feira (06.12), no bairro Bosque da Saúde, mesmo bairro onde aconteceu o crime.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Nilson Farias, o criminoso estudou a rotina da vítima e planejou o assassinato, tomando os “cuidados” para ele não ser visto com a arma, enquanto aguardava a vítima sair do escritório.
Nilson explicou que o suspeito esperou Roberto por cerca de 1h e nesse tempo usou a caixa para esconder as mãos com a arma e posteriormente utilizou o objeto como disfarce para se aproximar de forma “sorrateira”, sem que a vítima percebesse que era alvo.
“Ele usou a caixa para evitar qualquer suspeita e também para tirar qualquer chance de defesa. Não deixou a vítima ter alguma reação caso visse a arma. Além de abafar o som porque ele era próximo do batalhão da polícia”, contou.
Conforme o delegado, a vítima estava com aproximadamente R$ 11 mil reais em espécie no bolso, no entanto, não há indícios de que o crime tenha sido motivado por esse valor. Farias acredita que a execução de Roberto foi encomendada por outra pessoa e a principal linha de investigação que a equipe está seguindo é as atividades laboratoriais da vítima, que era sócio de um escritório de advocacia no bairro Bosque da Saúde.
Apesar da família relatar que o advogado não estava recebendo ameaças e ao fato dele andar de carro blindado, Farias conta que em 2021, um cliente registrou um boletim contra Roberto acusado-o de ter pego mais de R$ 500 mil dele. Outro caso envolvendo o advogado é na “Operação Bereré”, em 2018, que investiga esquemas de fraudes e desvios do Detran-MT, onde Zampieri foi delator.
Mesmo com casos grandes, alguns antigos, o delegado acredita que a motivação da execução seja de alguma atividade mais recente, no entanto, nenhuma informação e linha de investigação está sendo descartada.
“Primeiro nós estamos focados em descobrir o executor. E, posteriormente, se realmente for um crime de mando, vamos diligenciar no sentido de fazer essa conexão entre o executor, o mandante e a motivação”, finalizou.
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