O juiz Wladimir Perri afirmou ter sido alvo do assessor Mauro Viveiro Filho, chefe de gabinete do desembargador João Ferreira Filho. A afirmação foi feita pelo maigstrado em ofícios encaminhados à Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). As primeiras informações sobre o caso foram publicadas com exclusividade pelo .
Mauro foi detido por um policial militar no dia 3 de julho após entrar armado no TJMT e seguir em direção ao Plenário 4, onde ocorria sessão da 2ª Câmara Criminal. Leia mais sobre o caso: Segurança reforçada no TJMT após assessor entrar armado no Plenário da Corte
Mauro Viveiro Filhos é irmão de Ramon Alcides Viveiros, cantor sertanejo que morreu atropelado em dezembro de 2018 pela bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro em frente à boate Valley em Cuiabá. Ramon também é filho do procurador aposentado Mauro Viveiros, que atua como assistente de acusação no processo. Em sentença de 2022, Perri decidiu não mandar a bióloga para júri popular por entender que o crime não se tratou de homicídio doloso. A decisão revoltou familiares da vítima.
O juiz Wladymir Perri afirmou que, diante de todo o contexto, ela seria "possível alvo de um atentado" uma vez que teria afirmado que acompanharia presencialmente aquela sessão para pessoas próximas do seu convívio. Informação que, segundo o magistrado, pode ter chegado até o assessor.
"O juiz relatou em documentos Considerando que nessa sessão cogitei estar presente, e considerando que venho recebendo constantes ameaças até os dias atuais, instigado pelo assistente de acusação daquele processo, qual seja, pelo individuo, Mauro Viveiros, coincidentemente, pai do servidor que teria ou estaria armado", diz trecho de documentos obtidos pelo site Isto é Notícia e pela reportagem do .
Juiz cita Roberto Nery e Zampieri
Wladymir Perri também citou em um dos documentos enviados à Coordenadoria Militar do TJMT que ele pode ser a próxima vítima, como foi o advogado Renato Gomes Nery, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) Seccional Mato Grosso no dia 5 de julho. Leia mais sobre o caso: Dia antes de ser morto, advogado fez representação na OAB citando “escritório do crime”
O juiz também afirma que a imprensa conta "inverdades" que inflamam a população contra as suas decisões. Perri é alvo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por conta de determinações sobre a cautela do celular de Roberto Zampieri, advogado que também foi assassinado em Cuiabá, em dezembro de 2023. Segundo o CNJ, o magistrado teria confiscado o celular do advogado morto. Leia mais sobre o caso: CNJ investiga envolvimento de magistrados de MT na morte de advogado
"Visando melhor esclarecimento sobre os fatos, já que vislumbro como sendo possível alvo de um atentado contra a minha vida, eis que, desde quando julguei o processo do irmão do funcionário do Poder Judiciário (Sr. Mauro Viveiro Filho ), cujo encontrava armado na sessão de julgamento recursal, perante esse egrégio Tribunal de Justiça, não cessaram nenhuma ameaças contra a minha pessoa, justamente, porque instigam a população para que a qualquer momento algum psicopata crie a mesma “coragem”, cujo aconteceu com a morte do advogado Renato Gomes Nery, eis que, de tanto a mídia fomentar o assassinato, caso “Zampieri”, quiçá, estimulou alguém agir da mesma forma, vale dizer, ter assassinado Renato Gomes Nery, talvez, agora a próxima a vítima sendo este subscritor, em face do ódio de não ter aceitado a minha decisão", afirmou o juiz.
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