Todo o ato do ex-deputado Roberto Jefferson, desde as declarações nazistas contra a ministra Cármen Lúcia, até sua reação à prisão parece ser uma ação orquestrada para direcionar o foco da campanha para o STF nesta última semana, antes do segundo turno. Ao colocar-se como uma suposta vítima de censura e de um inquérito que, segundo ele, seria ilegal, ele ataca a democracia, tentando criar uma narrativa contrária à de frente ampla usada pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A própria ideia de reforçar os ataques contra o Supremo vem circulando nos grupos bolsonaristas do Telegram há dias, com uma articulação muito grande. No entanto, Jefferson se precipitou e errou na execução do plano. Ao atirar com fuzil e granada contra a Polícia Federal, o ex-deputado criou uma crise que inverteu a situação e hoje os holofotes estão sobre ele, não sobre a Corte.
Isso embaralhou os planos dos bolsonaristas radicais e deixou o próprio Jair Bolsonaro totalmente perdido. A frase do presidente, de que não há fotos suas com Jefferson, é a prova disso. Candidato à reeleição, ele não sabe como se posicionar neste momento. Ao mesmo tempo em que diz não estar envolvido, envia seu ministro da Justiça para intervir - algo que nunca foi feito, mesmo na prisão dos ex-presidentes Lula e Michel Temer.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).