O debate sobre o uso de câmeras corporais na Polícia Militar de Mato Grosso gerou troca de farpas entre duas figuras de destaque: o procurador Alexandre Guedes, do Ministério Público Estadual, e o ex-comandante-geral da PM, coronel Alexandre Mendes.
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Em entrevista ao , Guedes não economizou críticas, acusando Mendes de influenciar "de maneira equivocada" o governador Mauro Mendes contra a implementação dos dispositivos. Para o procurador, as câmeras seriam indispensáveis para valorizar os policiais e consolidar provas mais robustas – uma visão que Mendes não hesitou em desqualificar.
O coronel, por sua vez, rebateu com veemência. Em um tom cáustico, questionou a ideia de submeter os policiais a um "big brother" constante, insinuando que o sistema criminal, que deveria confiar nos agentes de segurança, prefere tratá-los como mentirosos em potencial. Mendes, irônico, ainda alfinetou a postura de Guedes, sugerindo que o procurador parece acreditar deter a "verdade absoluta" sobre o tema – uma crítica que soou menos como um argumento e mais como um golpe direto à vaidade do adversário.
Apesar de todo o fogo cruzado, Mendes deixou uma brecha: afirmou que pode reconsiderar sua posição caso fique provado que as câmeras valorizam, de fato, o trabalho dos policiais. Mas o toque conciliador não veio sem uma última estocada. Ao lembrar que até dentro do Ministério Público há divergências sobre o assunto, o coronel sublinhou a naturalidade do debate democrático – uma afirmação revestida de ironia que serviu mais para deslegitimar o discurso de Guedes do que para promover a concórdia.
Se o tema em si é técnico, a discussão está longe de ser neutra. Os "Alexandres" protagonizam um embate repleto de indiretas, ironias e posições inflamadas, reacendendo a fogueira política e moral nos bastidores da segurança pública de Mato Grosso.
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