O coronel Alexandre Mendes, ex-comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), publicou um artigo após deixar o cargo, na sexta-feira (22.11), no qual critica os desafios enfrentados pela instituição no combate às facções criminosas. Mendes ressaltou a complexidade histórica do crime organizado e enfatizou que ações repressivas isoladas são insuficientes para enfrentar o problema, defendendo políticas públicas integradas e esforços coordenados entre os três poderes.
Leia o artigo do coronel Alexandre - Guerra às facções e a PMMT: uma perspectiva
O ex-comandante também destacou a falta de suporte institucional, mencionando o impacto negativo de operações como a "Mercenários", que, segundo ele, abalaram a moral da tropa e geraram injustiças contra policiais. Ele apontou ainda as dificuldades estruturais enfrentadas pela PMMT, como o déficit de efetivo – atualmente com menos de 7 mil policiais em atividade, enquanto o contingente ideal é de 12 mil – além da luta por melhorias salariais e condições de trabalho que valorizem o desempenho operacional. Apesar das adversidades, Mendes destacou o empenho da corporação, que tem alcançado resultados expressivos, incluindo recordes de apreensões e a desarticulação do “novo cangaço”.
Em sua conclusão, o coronel reforçou a importância de se confiar na PMMT e no sacrifício diário de seus policiais, ao mesmo tempo em que apelou por reformas legislativas e políticas públicas coordenadas para o enfrentamento às facções criminosas.
“Lutei como pude pela valorização salarial dos policiais militares, especialmente em relação a direitos e vantagens já assegurados às demais categorias da segurança pública, como o realinhamento salarial, auxílio noturno, gratificação por chamadas em qualquer horário e insalubridade. Diversos estudos foram apresentados e alternativas discutidas, mas nada foi efetivado; ainda”, escreveu Mendes.
De acordo com fontes do , o coronel entregou o cargo após saber antecipadamente que o governador Mauro Mendes anunciaria sua exoneração nesta segunda-feira (25).
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