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No Alvo Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 16:13 - A | A

Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 16h:13 - A | A

ASSASSINO DE SARGENTO

"Lázaro Cuiabano" iguala Lázaro de Goiás e fica 20 dias foragido

Facilidade com que bandido escapou faz população repetir pergunta do governador: "Quem vai nos proteger?"

O assassino do sargento da Polícia Militar, Raffael Brito de Amorim, apelidado no meio policial de "Lázaro Cuiabano", se igualou nesta segunda-feira (17) ao assassino com quem é comparado, o criminoso Lázaro Barbosa, que fugiu por 20 dias da polícia na região entre o Distrito Federal e Goiás. Raffael foi identificado como o executor sargento da Polícia Militar, Odenil Alves Pedroso, no dia 28 de maio, e está há 20 dias foragido. 

Diferente de Lázaro Barbosa, que cometeu crimes na zona rural, Raffael matou o sargento da PM em plena luz do dia, em Cuiabá, sob os olhares de testemunhas e sob a visão aguçada das câmeras de segurança da via pública. Câmeras que o governador do Estado, Mauro Mendes (União), tanto apregoa como solução contra o crime.  

Tudo o que envolve o assassinato do Sargento Odenil é vergonhoso para o Estado: o sargento trabalhava de forma "extra" para a prefeitura de Cuiabá, visando complementar a sua remuneração. O valor que o Estado pago aos militares é considerado pela Associação de Cabos e Soldados (ACS-MT) como insatisfatório e desatualizado.

O vexame para a política de segurança pública de Mato Grosso é ainda maior porque o assassino era um faccionado, que escapou facilmente da polícia mesmo após uma denúncia anônima, segundo a qual seu paradeiro seria no residencial Izabel Campos, em Várzea Grande.

A fuga ocorreu não por culpa dos policiais, que bravamente o perseguiram. Mas muito em razão daquilo que militares reclamam há anos: a preocupante falta de efetivo da Polícia Militar e da Polícia Judiciária Civil (PJC). Déficit de profissionais que o governador de Mato Grosso afirma que é impossível corrigir fazendo novas nomeações porque isso oneraria o caixa do Estado

A história toda seria apenas trágica, e não tragicômica como é, se não fosse a decisão do governador de Mato Grosso de conceder uma medalha de mérito policial para si mesmo, para o filho e herdeiro, e para a esposa, Virgínia Raquel Taveira Mendes. Decisão esta que, no meio militar, não é classificada como nada além de "piada". 

Os mais elogiosos ao governador (e mais corajosos em defendê-lo) poderão dizer que o problema da Segurança Pública em terras mato-grossenses não é de agora e que Mendes não pode ser responsabilizado. Quem diz isso faz um exercício de esquecimento proposital: foi Mauro Mendes quem, durante as eleições de 2018, disse que defendia a política de "tolerância zero" contra criminosos no Estado. 

O próprio Mauro, já no conforto do mandato, esqueceu a promessa e teve a ideia de instalar ar-condicionado nas celas dos presídios de Mato Grosso. Sugestão que defendeu até recentemente, quando foi encurralado pela realidade e teve de voltar atrás. Não é pra menos: durante o governo Mendes, o Comando Vermelho medrou rapidamente enquanto causava medo na população. A facção encontrou um lar confortável em Mato Grosso, tão confortável quanto as prisões climatizadas que Mendes sonhou construir para os bandidos que ele jurou combater. 

E por falar em prisão: como é que Raffael, o "Lázaro Cuiabano", poderá ser punido exemplarmente em Mato Grosso quando finalmente for preso, se os presídios estão se transformando em verdadeiros berçários de novos bandidos com a complacência do poder público? Basta ver as recentes descobertas da Operação Ragnatela da Polícia Federal que aponta possível favorecimento a faccionados do Comando Vermelho que desejavam transferência

A situação é crítica. E não há como negar. Não custa resgatar as palavras do próprio Mauro Mendes sobre a morte de Odenil Pedroso, em entrevista à CBN na segunda-feira (10.06):

"Se o bandido perdeu o medo da polícia, acabou né gente!? Se bandido achar que pode matar policial e ficar por isso mesmo acabaou, quem vai nos proteger?"

Nós é que perguntamos, governador: Quem vai nos proteger? 

Leia mais: Em Cuiabá a gente não passa dinheiro para a prefeitura, admite governador

 
 
 

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