Em 2021, os ex-vereadores Felipe Wellaton (PRD) atual secretário-adjunto de Estado de Turismo de Mato Grosso, e Diego Guimarães (Republicanos), atualmente deputado estadual, denunciaram a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, por uso indevido de um veículo da Prefeitura para atividade particular. Márcia foi abordada por criminosos ao chegar em uma clínica de estética no bairro Duque de Caxias, e o veículo SW4 da Prefeitura foi roubado. O caso foi levado ao Ministério Público, e Márcia Pinheiro fez um acordo, pagando uma multa de R$ 2.424,39 mil.
No entanto, quando o governador Mauro Mendes utilizou uma UTI aérea em dezembro de 2023, para comparecer à festa de aniversário do fundador da JBS, fora do Estado de Mato Grosso, os mesmos políticos não fizeram qualquer menção. Este evento, também ignorado pelo procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz, que considerou "normal" o uso da UTI aérea para fins pessoais, revela um padrão alarmante de seletividade nas denúncias.
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Alguns defensores podem argumentar que o veículo usado por Márcia Pinheiro foi roubado, mas essa não é a questão; o problema é o uso de veículos oficiais para atividades pessoais.
Não dá para aceitar nenhuma das duas atitudes, mas também não tem como deixar de destacar a discrepância nas reações, o que suscita uma reflexão incômoda: até quando essa balança ficará desregulada em Mato Grosso, onde o peso das ações depende dos interesses em jogo?
O silêncio ensurdecedor dos órgãos fiscalizadores e dos deputados em relação as ações do governador Mauro Mendes é assustador. Fica a pergunta: até quando as instituições fiscalizadoras e os parlamentares irão fechar os olhos? A sociedade está cada vez mais descrente nas instituições e nos políticos, e isso é muito prejudicial para o Estado Democrático de Direito.
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