O alinhamento imediato de por parte da maioria dos vereadores de Várzea Grande, recém-eleitos, com a prefeita eleita Flávia Moretti (PL) é um sinal preocupante para a população. Esse tipo de atrelamento, que ocorre antes mesmo de os vereadores assumirem oficialmente seus cargos, enfraquece um princípio básico de governança: a independência entre os poderes. O Executivo e o Legislativo são poderes harmônicos, sim, mas devem ser independentes. A função fiscalizadora dos vereadores é fundamental para garantir que a gestão municipal atenda aos interesses públicos e entregue os resultados prometidos durante a campanha.
Quando a maioria dos vereadores se alinha com a gestão antes mesmo do início do mandato, o poder fiscalizatório do Legislativo fica comprometido. Como eles poderão cobrar transparência e eficiência da prefeita se já começam como aliados incondicionais? O resultado desse cenário é a formação de um bloco que favorece trocas políticas – cargos, benefícios ou vantagens para o vereador e seus aliados – em detrimento da fiscalização que deveria ser feita em nome da sociedade.
Essa prática enfraquece a democracia local, pois a função do vereador é, justamente, representar os interesses da população, não agir como um braço do Executivo. A falta de independência entre os poderes ameaça a realização de uma gestão transparente e eficiente, prejudicando diretamente os cidadãos que confiaram seu voto em promessas de mudança e melhorias. Se o Legislativo começa o mandato já de mãos dadas com o Executivo, quem fiscaliza a execução dos planos de governo? O risco é a perpetuação de um jogo político que beneficia poucos e desampara muitos.
O argumento de que alianças são necessárias para a governança não pode servir de justificativa para o atrelamento entre vereadores e a gestão. A população várzea-grandense já presenciou esse cenário em gestões passadas malsucedidas, como a do falecido Murilo Domingos, e todos sabem bem como funciona o "apoio" em nome da governança. O Poder Executivo estará sempre subordinado ao Legislativo se as ações não forem pautadas por princípios republicanos.
A população precisa estar atenta a esse comportamento. O poder de cobrança e de exigência é do povo, e é fundamental que, como eleitores, mantenham-se vigilantes, exigindo que seus representantes atuem de forma autônoma, cumprindo seu papel de fiscalizar e legislar pelo bem coletivo, e não por acordos de conveniência. Caso contrário, não haverá avanços, mas sim retrocessos em Várzea Grande!
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