O governo federal dá início nesta terça-feira (14) às reuniões para negociar com os servidores federais em greve. O Ministério do Planejamento confirmou, por meio da assessoria de comunicação da Secretaria de Relações do Trabalho, que há encontros agendados para as 10h e as 14h, destinados a discutir a pauta de reivindicações dos setores paralisados.
O tema pela manhã será a equiparação salarial de 18 categorias com os vencimentos do Executivo contemplados pela Lei 12.277/2010. À tarde, a discussão será sobre as demandas de funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
As rodadas de negociação com os servidores ocorrem após reunião da presidenta Dilma Rousseff com seus ministros na manhã de hoje (13), para falar sobre as paralisações no funcionalismo público. Dilma se encontrou com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Advocacia-Geral da União, Luis Inácio Adams. Também participou das discussões a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. A presidenta tenta encontrar brechas no Orçamento de 2013 para oferecer reajuste aos grevistas.
De acordo com Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), as categorias em greve vão intensificar a pressão sobre o governo na semana de negociações. "Um bom contingente de pessoas está chegando em caravanas vindas de outros estados. Vamos montar acampamento na Esplanada dos Ministérios [zona central de Brasília] e teremos atos todos os dias".
Segundo Silva, a expectativa dos grevistas é que até sexta-feira (17) o governo federal tenha se reunido com todas as categorias, e coloque propostas na mesa. "A gente quer que faça oferta de uma vez por todas, para fazer a análise e votar em assembleia".
Segundo estimativa do Condsef, 33 setores do funcionalismo público estão paralisados. As greves foram deflagradas em datas diferentes. Algumas categorias cruzaram os braços em 18 de junho, enquanto as agências reguladoras suspenderam as atividades somente em 16 de julho. Os agentes, papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal e os fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, por sua vez, estão parados a uma semana. Segundo o Condsef, há mais de 300 mil servidores em greve no país, mas o Ministério do Planejamento não confirma o dado.