A maior parte da tripulação da fragata "Libertad", propriedade da Marinha argentina, chegou nesta quarta-feira (24) ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, após permanecer quase três semanas em Gana, onde foi retida por conta de um processo movido por um fundo especulativo.
No total, 279 tripulantes da fragata chegaram à capital argentina por volta de 0h15 (1h15 de Brasília) em um voo da Air France procedente do aeroporto ganês de Kotoka.
Entre os marinheiros repatriados há cerca de 30 estrangeiros, incluindo um brasileiro, convidados à viagem de formação iniciada em 2 de junho em Buenos Aires e interrompida em 2 de outubro no porto ganês de Tema.
A Justiça ganesa aceitou a reivindicação de embargo interposta pelo fundo NML, que exige o pagamento de uma dívida de US$ 284 milhões, além de juros por bônus soberanos que entraram em moratória no final de 2001, durante a crise econômica na Argentina.
Só continuam a bordo da fragata o capitão e uma tripulação mínima de 44 pessoas "para garantir a manutenção da fragata durante a sua detenção ilegal", conforme anunciou a Chancelaria argentina.
Nesta quinta-feira (25), todo o pessoal repatriado será reunido para uma "verificação médica regulamentar" e também para receber "as direções pertinentes, surgidas como consequência da reformulação do seu plano de estudos", disse a Marinha.
O governo argentino sustenta que as autoridades ganesas estão descumprindo a Convenção de Viena ao não garantir a imunidade de uma embarcação da Marinha.
Até o momento, a crise custou o cargo a quatro altos comandantes, entre eles o chefe da Marinha, Carlos Alberto Paz, e a chefe da direção de Inteligência Estratégica de Defesa, Lourdes Puente Olivera.