Está na hora de o Brasil rever quais são os seus verdadeiros ídolos esportivos. A necessidade de um outro olhar sobre os homens e mulheres que defendem as cores verde e amarela ao redor do mundo ficou clara, para todo o País, direto de Londres, neste sábado 11, em duas finais olímpicas: a do futebol masculino e a do vôlei feminino.
Com Neymar de fita no cabelo cortado milimetricamente, o técnico Mano Menezes de permanente mau humor e os defensores Thiago Silva e Rafael discutindo em campo, a seleção brasileira de futebol caiu por 2 a 1 diante do México. Perder faz parte do jogo, mas ausência de garra, determinação e doação irritam e frustram torcidas de todas as bandeiras. E foi isso que os jogadores brasileiros apresentaram na defesa do País: individualismos, exibicionismos – que no futebol se chama 'máscara' – e preciosismos. Comportamento esportivo infrutífero, que resulta na terceira chance perdida pelo País de conquistar a medalha de ouro.
Poucas horas depois da não conquista, as meninas do vôlei feminino, aquelas atletas que nem todos sabem o nome – e que não ganham dois décimos do que recebem mensalmente os astros do futebol --, mostraram como se faz. Com superação, garra e uma vontade inabalável, elas ultrapassaram o ceticismo inicial da torcida, esqueceram derrotas na competiçao, se uniram e foram adiante. A técnica apurada, que fez do Brasil campeão olímpico da modalidade em Pequim, em 2008, se somou ao coração batendo mais forte. E assim meninas como Fernanda Garay, Jaqueline e Fabiana entraram para a verdadeira galeria dos heróis do esporte brasileiro.
Sem dúvida, é tempo de a eterna concentração de atenções, especialmente pela mídia, em cima do futebol, ser revista, para que o País possa passar a conhecer melhor seus ídolos de verdade.
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