O Neymar em quem o Brasil deposita as esperanças de vencer uma Copa do Mundo em casa é apenas uma lenda para os prováveis maiores adversários da seleção em 2014.
A atuação discreta do atacante na derrota por 2 a 1 para a Inglaterra, na quarta-feira, no amistoso de estreia do técnico Luiz Felipe Scolari, não foi uma exceção em sua trajetória com o traje amarelo.
Pelo contrário. O Neymar que destroça defesas nos campos brasileiros e é tratado como um craque pronto por aqui, ainda não mostrou nada de especial quando se deparou com o primeiro escalão do futebol mundial.
Pela seleção, o santista já disputou seis partidas contra adversários que venceram pelo menos uma vez a Copa ou que estão entre os dez primeiros colocados no ranking da Fifa. E ainda não venceu.
São dois empates e quatro derrotas ante Argentina, França, Alemanha, Colômbia e Inglaterra. A lista exclui as partidas do Superclássico das Américas, competição amistosa em que os argentinos não podem escalar Messi e nenhum outro jogador que atue no continente europeu.
A faceta decisiva e artilheira do craque de 21 anos tem desaparecido nos confrontos diretos com as equipes top. Neymar só marcou duas vezes nestes confrontos.
Fez um gol no 3 a 2 para a Alemanha, em 2011, quando a partida já estava perdida. Voltou a balançar as redes no empate por 1 a 1 com a Colômbia, em novembro. Mas, neste jogo, também desperdiçou um pênalti, chutando a bola longe, por cima do travessão.
As médias históricas do santista nos principais torneios que disputa pelo Santos giram em torno ou mesmo superam 0,5 gol por jogo. Se falta a Neymar a alegria de vencer um grande adversário, sua tradicional ousadia também fica de lado.
O drible é o fundamento em que o atacante tem a maior queda nas partidas contra a elite. O jogador que dribla nove adversários por partida no Paulista e oito rivais na Libertadores-2012, só ultrapassa 6,3 marcadores nos grandes jogos da seleção.
A ausência do bom futebol de Neymar foi um assunto amplamente discutido pelas redes sociais durante o jogo contra Inglaterra. A dúvida era se a insistência do jogador em permanecer no Brasil não estaria atrapalhando a evolução de seu futebol.
Os críticos do jogador argumentam que ele também desapareceu contra o Barcelona, no Mundial de Clubes de 2011, e que ele não estaria pronto para enfrentar a marcação praticada na Europa.
Os ingleses entraram na polêmica. O jornal "Guadian" publicou que "o barulho em torno do jovem brasileiro é claramente publicitário" e o polêmico volante Joey Barton, atualmente no Olympique de Marselha, atacou o jogador e o Campeonato Brasileiro em seu perfil no Twitter.
"Esse garoto Neymar é massivamente superestimado. Não está no nível de Messi ou Ronaldo", publicou o atleta, que após o brasileiro ter dito que não o conhecia, voltou a escrever.
"Eu me apresentarei a Neymar se ele decidir sair do santuário da 'liga da floresta amazônica'".
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